segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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Sobre o Consumismo...


Texto transcrito do Boletim Bandeira Negra, de Setembro de 2004.

Viver supõe colocar-se a disposição de si mesmo, criando dia a dia a alegria de experimentar e desfrutar de tudo que é novo.

Mas quando somos pequenos e parece que desfrutamos, comendo “guloseimas” completamente cheias de deliciosas químicas, perdemos, na realidade, a ocasião de ocupar a rua correndo e descobrir um enorme mundo que nos rodeia e nos é desconhecido.

Quando vamos crescendo somos aparentemente felizes comprando produtos de marca que nos fazem parecer “mais interessantes” para o resto das pessoas, mas perdemos a linda ocasião de ser corpos livres que desfrutam do que fazem ou sentem, em lugar de adormecer nossas mentes com a ânsia superficial e desesperada de que nos olhem ou contemplem. Quando gastamos tempo e energia para conseguir os objetos anunciados na TV, estamos esquecendo nossa capacidade de criar, imaginar e desenvolver nossas capacidades em gozar desse tempo da nossa existência.

Quando vamos crescendo, e não descansamos até conseguir um carro fabuloso ou uma moto “incrementada”, deixamos de lado o prazer da relação com as pessoas porque agora já unicamente somos disciplinados a nos satisfazer com objetos metálicos, de fria textura e desoladora realidade.

Quando vendemos nosso futuro de liberdade, para adquirir um “apartamento de não sei quantos metros quadrados” ou um “quarto e sala bonitinho”, é obvio que hipotecamos nosso futuro de felicidade, porque já unicamente nos dedicamos a pagar e pagar... condenando-nos ao cárcere da competitividade desumanizada.

Consumir é sinônimo de paraíso de liberdade e quanto mais gastamos e gastamos, mais adormecemos o sentido da vida e nossos sonhos se convertem em pesadelos, nossa verdade em subjetividade, nosso amor em conta corrente e nossa liberdade no pássaro abatido pelo tiro fortuito desta triste realidade.

Aprender a viver é desfrutar do pequeno e insignificante da vida, do sentimento que transborda nossas relações, do improvisado e desvalorizado; é em definitivo estar disposto a abordar o mundo sem essa maleta de necessidades em que convertemos nossas ilusões e desejos.

Livre tradução do texto encontrado no Boletim La Racha,
Número 10, Junho de 1998,
assinado pelo Coletivo da Escola Paidéia,
Mérida, Espanha.

P.S. - Há um belo vídeo de propaganda bem anti-consumista na Internet. Serve de complemento ao texto acima:

3 comentários:

Lucia disse...

Consumismo é escravidão!!
Viva a vida e a liberdade !!!

Lucas disse...

muito bom o vídeo!! valeeu por compartilhar, achei um outro que não está editado, gostei mais:
http://www.youtube.com/watch?v=obNNY_8ZGVY&feature=related

[]´s. :D

Anônimo disse...

Muito bom!

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