quarta-feira, 30 de abril de 2008

______________________________

Relembrando o 1º de Maio de 1886*


A Plebe, 1933

Alguém já disse que o mundo agora é uma "aldeia global", já que todos podemos saber em instantes o que se passa em qualquer lugar da Terra. No século XIX a realidade era muito distinta. Mesmo com as dificuldades em comunicações naqueles anos, se extende pelo mundo, e permanece ainda, o protesto solidário na parada de 1° de Maio.

Os trabalhadores têm perdido sua combatividade, constituindo-se em apêndices de Partidos Políticos que só aspiram ao poder e não a uma transformação deste milenar sistema de dominação e exploração com distintos rótulos. Os anarquistas sempre brigaram para que os trabalhadores (motor básico de toda sociedade) busquem em suas lutas a posse dos meios de produção, das riquezas sociais e participem nas conquistas tecnológicas, que hoje poderiam reduzir mais ainda o horário de trabalho. E no entanto, só aumentam o desemprego e sua conseqüência, a marginalização de milhões de seres. Sobretudo no chamado Terceiro Mundo.

Os governos firmaram uma declaração de direitos humanos, que por certo não se cumpre. Aumenta a repressão, a falta de moradia, higiene, saneamento e aumenta pavorosamente a contaminação ambiental por parte de quem, com uma total inconsciência de seus próprios riscos, está envenenando o planeta.

O 1° de Maio de 1886 assinala um fato construtivo do movimento operário e a conseqüente repressão de um regime de poder que se sentiu lesado. Lutou-se pelas oito horas de trabalho, logo estabelecidas em quase todos os países industrializados. Mas foram enforcados os trabalhadores anarquistas que iniciaram tão justa reinvidicação, acusados de crimes que se sabia não haviam cometido.

Não é com um dia por ano que homenagearemos a quem lutou por todos, mas com o exercício constante de solidariedade e de capacitação maior para participar em todas as áreas de produção.

O sentido da luta do 1° de Maio deve estar presente em nosso dia a dia. Vamos delegando nossos direitos e o sistema se mantém, com seus exércitos, suas guerras, seus constantes genocídios, para findar com qualquer rebeldia.

Construamos um mundo melhor, a partir de nossos lares, locais de trabalho, em nossos bairros. E então, aquele 1° de Maio de 1886 não terá sido em vão.

*Transcrito de Opcion Libertaria, 15,
Abril de 1991 - Montevideo

segunda-feira, 28 de abril de 2008

______________________________

Se esquentar mais um pouco, atrapalha, por El Brujo



Para mim, não existem
mais 'pátrias' nem ideais;
tudo isso não passa de pura
decoração para os governantes
que preparam a próxima matança.

Hermann Hesse

No final da década de 70 e início dos anos oitenta priorizava-se à luta contra a ditadura militar, que fora imposta ao povo brasileiro (de 1964 até 1988) pelos “homé da jaqueta verde”, patrocinada pelas “corporations” norte-americanas e pensada nos laboratórios da CIA.

Paralelo a esta questão da ferrenha ditadura, já tínhamos uma pequena consciência de que o andar da carruagem nos levaria a um beco sem saída. Cresciam-se, a olhos vistos, as construções de usinas nucleares pelos quatro cantos do mundo. Obviamente já temíamos as águas de refrigeração, que percorriam os reatores nucleares carregando consigo a contaminação por íons dos elementos radioativos.

É fato que a expansão da classe média acarreta uma maior necessidade de produção energética para esses aglomerados urbanos, pois com o seu grande potencial consumista de quinquilharias coloridas pede sempre mais e mais energia para a satisfação do seu prazer pontual...

Referendando, assim, a ilusão de que ‘está tudo muito bem’ com este sistema de produção baseado nessa lógica de que o planeta Terra é uma fonte inesgotável de matéria-prima (poder): para o deleite de uma população que não para de crescer e já ultrapassou a barreira dos seis bilhões de egos carentes de consumo.

Lembro-me muito bem como era “in” ter uns óculos ray-ban, que nos engolia a cara. E aliado ao ray-ban um relógio seico 5 pendurado no pulso, ‘prateadão’ e mais pesado que um tijolo!

Tendo, por conseguinte, nessas condições de altos patamares de produção um crescimento desordenado de todas as variáveis relacionadas a esse modelo (consumir, consumir... trabalhar para quê?). Cito, aqui, a indústria de bens de consumo, agricultura de resultado e as empresas de serviços...

E até o seu suporte ideológico, o ESTADO, também passou por um processo de expansão institucional: tornou-se mais forte e intervencionista, indo da ingerência na vida privada à economia de mercado.

É verdade que o consumismo desenfreado, ou a possibilidade dele, minimizou os nossos impulsos revolucionários de transformação das relações sociais e econômicas... Mas e agora o que fazer com todo o lixo inorgânico, e os orgânicos também, que espalhamos sobre e sob a terra sem a menor cerimônia e respeito com os limites que qualquer sistema biológico comporta?

A ecologia era vista, por alguns e eu me incluo neste lote de pseudo-vidente, como uma forma de controle do expansionismo econômico do capital, e também como uma forte barreira cultural ao lúdico fetichismo que a mercadoria exerce aos nossos olhos de eternos insatisfeitos. Errou-se, e muito, quando optou-se em vivenciar essas ilusões do bom selvagem.

A saída apresentada (evolução, sim! revolução, prá quê?), naquele momento em que todos os valores eram questionados, era o retorno às origens – o campo e as suas paisagens bucólicas e encantadoras, o povo simples e solicito –, pueris reencontros consigo mesmo e, também, com a natureza sempre dadivosa em oferecer sombra e água fresca...

É sabido que o cheiro-de-mato tem um atrativo ­– encanto – muito poderoso sobre as pessoas que vivem amontoadas em caixotes sobrepostos, e confeccionados de ferro e cimento. Pois lhes faltam, nesses espaços empilhados ou será entulhados, a possibilidade de exercitar o desejo pleno de liberdade: ir-se sem limites, palmilhar espaços não delimitados à priori e, ou por qualquer sistema de controle...

Mas o que se conclui, hoje, daqueles movimentos ‘verdes’ e anti-nucleares: destacamos que uma grande parcela da rebeldia, que lhe era inerente, foi absorvida por uma pequena parcela, mas significativa, da classe média e transformada – a rebeldia – em órgãos públicos e, ou privados, mediadores em potencial das intervenções de caráter produtivo no meio ambiente.

Tudo isto sistematizado e viabilizado tecnicamente através dos partidos específicos, das igrejas renovadas através da teologia da libertação e ong’s em geral. Eles – os eco_lobbistas – administram uma alta capacidade de marketing institucional (angariando altas somas em recursos financeiros junto as instituições públicas e privadas) e político (manipulação da opinião pública para ações midiáticas).

Será desta forma que o aumento da temperatura global, decorrente diretamente desse mesmo processo produtivo competitivo, encontrará um novo ponto de equilíbrio, e a pergunta que deixamos no ar?

sexta-feira, 25 de abril de 2008

______________________________

Terceirizar, Terceirizar, Terceirizar..., por Carlos Baqueiro



O tema da reestruturação econômica e industrial está cada dia mais presente no debate das relações internacionais. Como, por exemplo, harmonizar a economia internacional, ou seja, sem um país "levar vantagem" sobre outro, com a globalização da economia de um mundo de várias culturas? Como conviver pacificamente com culturas de homens para os quais o trabalho é um prazer, como no Japão, e outras culturas onde o trabalho, principalmente manual, é um mal necessário ? Isto em termos mundiais.

Em termos nacionais o maior problema, me parece, é a consciência empresarial conservadora, que vê o lucro imediato acima de quaisquer outras variáveis dentro do processo produtivo. Este fenômeno provoca diversos efeitos desastrosos, pois a redução de custos para aumento do lucro se dá sempre em função ou da demissão do trabalhador ou do arrocho salarial. A terceirização tem assim no Brasil, talvez diferentemente de outros países, uma simples função. Redução de custos.

Isto analisado estatisticamente seria bastante "científico". Por exemplo, a empresa 'A' terceirizou e teve um lucro líquido de 'X' milhões, enquanto a empresa 'B', que não tercerizou, obteve um lucro de 'X-1" milhões. Está claro que a terceirização diminui os custos.

O que não está claro é com que efeitos. Ou melhor dizendo, não está muito claro para nós acadêmicos, que não nos debruçamos sobre a fábrica ou a oficina terceirizadas para observar os efeitos desastrosos a que são submetidas as vidas dos trabalhadores. Estes sim conhecem o significado prático do que seja a terceirização. Baixos salários, alta periculosidade, insuficiência alimentar, doenças ocupacionais, etc.

Estes efeitos, os trabalhadores das empresas que prestam serviços (conhecidas significativamente como "gatas") conhecem porque convivem diariamente, semanalmente, anualmente, "pulando" de uma empresa para outra, numa altíssima rotatividade, quase sem direitos trabalhistas. A ignorância do trabalhador, o seu medo de participar de protestos, ou mesmo greves, são as bases de que se utiliza o empresário para manter este tipo de atitude contra os próprios trabalhadores.

Nós, estudantes, universitários, historiadores, enfim, todos os trabalhadores, devemos entender este processo a partir do interior do campo analisado, difundindo nosso conhecimento etno-histórico, pois "nada mudará a sociedade se os mecanismos de poder que funcionam fora, abaixo e ao lado dos aparelhos de Estado a um nível muito mais elementar, cotidiano, não forem mudados" (FOUCAULT, Michel; Microfísica do Poder; Graal; 1992).

Obs.: Mais informações e um artigo sobre terceirização em: http://www.geocities.com/appl-bahia/operario.html

quarta-feira, 23 de abril de 2008

______________________________

DUAS OU MAIS ESTÓRIAS MAL CONTADAS..., por el_brujo



"A democracia permite que criaturas
abomináveis conquistem o poder."
aldous huxley

Acredito que o autor dessa novela (Duas Caras) perdeu todos os limites do bom gosto e do bom senso. É, por assim dizer, uma história muito chata e os personagens são por demais caricatos, faltando-lhes, portanto, um linha contínua com a realidade palpável e para assim podermos ter algum prazer em reconhecer o vizinho, o amigo, etc.

Pegar assuntos do cotidiano urbano – noticiados na TV, jornais etc – e transportá-los para a historieta ficcional não faz da novela algo próximo ao realismo-fantástico dos contos e romances de Gabriel Garcia Marques. É preciso algum estofo para se espantar os anus e o volume certo para se carregar o trambolho.

Vejo um autor sem propósito convincente ou rumo para as idéias aventadas com o objetivo de tentar ‘prender’ alguém na frente da TV, isso após o horário da “Voz do Brasil” com o casal vinte se olhando como dois desconhecidos....

Partido do antagonismo de que o socialismo é anacrônico e o capitalismo está no seu estágio mais aprimorado de democracia representativa, bem como perfeitamente inserido na pós-globalização. Além do que estão asseguradas (quem tiver outra piada, que conte!) às devidas e necessárias oportunidades financeiras para todos, que concretiza desta forma as realizações consumistas de quinquilharias coloridas para enfeitar a carência emocional do nosso ego

Ele – o autor – através dos seus personagens só repete frases bobas e de senso comum, sem uma análise sobre as transformações ocorridas no século passado. E “en passant” eu cito maio de 1968 como uma nova expressão não-dogmática para o socialismo, cujo objetivo era construir um mundo de convivências sem as amarras do controle total da economia e do indivíduo.

A questão do racismo é resolvida – na trama novelística – simplesmente com à aplicação da velhíssima fórmula das estórias infantis: a atração sexual transmuta-se em sentimentalismo de quermesse “é o amor”... E a família e os agregados são obrigados a engolir, pois lá vem o ‘netinho’ (E aí mermão...firmeza????) com seu canal fechado de TV e o marchandaing para os manos de classe média endinheirados.

Destaque, neste momento um pequeno parênteses se faz necessário, para comentar que particularmente nunca vi tanta intimidade entre “negros pobres” e ricos brancos, como se fossem vizinhos de meia parede e não existisse um muro ideológico, econômico e de concreto à separá-los. Nem o velho Gilberto Freire – o antropólogo – chegou tão longe na permissividade entre as ‘sinhazinhas’ e os escravizados trazidos de Mãe África.

Outro tema instigante no imaginário popular, que é o supra-sumo do sexo (‘ménage à trois’) nas nossas mentes castradas pelas igrejas em sua libido natural, foi transfigurado para se tentar reabilitar uma personagem que tem ou tinha uma opção sexual não-convencional (qual a importância em ser ou não ser homo, hetero, metro, bi ou quem sabe até TRI_campeão de palitinho?).

A saída, recorrente, foi transformar em um mero pastelão açucarado – comédia bufa, tipo italiana com bastante correrias e gritos – para gargalhadas geral dos favelados da ‘pequena portela’. Um outro destaque que se deve ressaltar nessa favela são as condições de higienização e urbanizada, realizada por ninguém menos que o próprio paiinho Juvenal velho de guerra.

Outra questão envolvendo os não heteros é a tríplice paternidade, que é vista – aos olhos do autor – como um mero entrave burocrático do “Grande Irmão”... Que será vencido pelos prováveis pais biológicos – ou não?! – com a ajuda de algum neófito nas letras jurídicas. Os impedimentos ideológicos desta questão, que na sua base é o patriarcado, não são se quer mencionados num simples bate-boca entre vizinhos.

O ponto mais problemático nesta trama das oito são os atos considerados ilícitos (roubo, tráfico, tóxicos, prostituição, caixa dois, poluição pré-meditada, etc) que são incorporados – como fermento ao pão – para esticar os capítulos até sabe-se lá quando... E na trama como uma necessidade inerente à dramaturgia, mas sem uma resposta condizente para o mundo real do lado de cá da telinha do plim_plim.

Neste sim, o mundo real onde só Real manda e desmanda, e que tem suas leis e normas – do tempo em que gelo tinha acento, reconheço –, mas são leis e normas aplicadas com toda a sua rigidez contra os pobres, pretos, feios e, claro não podemos esquecer-nos, das nossas queridas ‘bibas’ nas calçadas da vida em busca do pão de cada dia.

Sem alternativa aparente, o melhor caminho é desligar a TV, convidar os vizinhos e ir para a porta da rua com as nossas cadeirinhas de vime-trançado e colocá-las na calçada/guia/passeio, isto para perpetuar uma antiga prática humana de sociabilização: falar e malhar da vida alheia!!!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

______________________________

Pílula Azul ou Vermelha ?, por Carlos Baqueiro



Sinto, de vez em quando, navegando pela Internet, que ela pode estar se transformando num espelho do que são as outras mídias, como a TV e os jornais e revistas impressas, que nada mais fazem do que recriar o mundo, ao seu bel prazer, sustentando a sociedade do espetáculo.

Sociedade do espetáculo que festeja o visual, a imagem... mas não qualquer imagem. Somente aquelas que não obstaculizem o fervor consumista. E, apropriando-se, às vezes, até mesmo daquelas imagens que contestam esse fervor: caso clássico da imagem Punk, apenas para exemplificar. Até tranformá-la no que deseja, aniquilando a idéia original de resistência.

Para estarmos de bem com esta sociedade temos de estar por dentro da moda, das novelas da Globo, da mais nova cantora americana, dos números da Megasena acumulada...

Hoje, na Rede Mundial Internética, da mesma forma que na TV, as imagens e informações podem passar tão rapidamente e em quantidades tão absurdas que não fica muita coisa na memória de quem navega. Aliás, para que memorizar se amanhã começa tudo de novo. Isto não é feito por acaso.

Pierre Bourdieu chamava isso de “fast thinking”. Uma maneira sub-reptícia de manter as mentes ocupadas, limitando-as a apenas receber e reproduzir a informação, sem tratá-la ou criticá-la.

Amanhã tem espetáculo ? Tem, sim senhor ! É o velho pão e circo que continuam a domesticar as mentes humanas.

Domesticação a partir das imagens de lutas de gladiadores, e todo o Coliseu aos gritos, dos Autos da Fé, na Inquisição, com a população cheirando libidinosamente a carne queimada dos hereges, dos berros de Hitler sobre toda uma massa inerte, que se transferiram para as telas dos monitores de plasma e LCD modernos.

Vai-se buscando a audiência, custe o que custar. Mesmo destruindo os sentimentos de seres humanos, que vão sendo espezinhados mesmo antes de qualquer julgamento sério, como nos casos da Escola Base ou do Bar Bodega, ambos em São Paulo.

Dissimuladamente, nossa vida se torna a imagem da simulação e da manipulação. Somos o produto dos desejos de outros. Somos a peça do quebra-cabeça que vai se encaixando...

Tô começando a achar que é mais proveitoso assistir a Desert Punk do que ao Jornal Nacional.

Mas Morpheus continua a atormentar a mente de todos, sempre com a mesma questão.

O que escolher: A Pílula Azul ou a Vermelha ?

P.S. : Enquanto você não escolhe, assiste ai a um clip do Desert Punk, só prá desanuviar um pouco...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

______________________________

DESCONHECIDOS (RE) INVENTANDO ARTE, por Anderson Souza.
..
“Signos, sonhos, sombras, imagens,
ninguém vai nunca saber
quantas mensagens nos trazem”
Paulo Leminsk.
..
Não é nada fácil tentar definir o que seja arte. A complexidade do termo e de suas características são, naturalmente, subjetivas. De qualquer forma, podemos considerar que, num sentido geral, a arte é um conjunto de regras para dirigir uma atividade humana qualquer. Num sentido estrito a arte quer dizer instrumento, ofício, ciência.

No início do século XX, a arte perdeu um pouco ou muito a necessidade de surgir da criação genial passando a ser entendida mais como expressão espontânea da criatividade humana. O Belo agora já não assume papel central no domínio artístico. O “feio” adquire também seu lugar.

Para o filósofo Walter Benjamim, a reprodução técnica da arte, surgida com a sociedade capitalista tecnológica, possibilita a reprodução em série dos objetos de arte tal como visto na fotografia, no disco e no cinema, o que torna também impossível distinguir original e cópia. A esperança na Revolução Socialista levou Benjamim a considerar a “perda da aura”, o aqui e agora da obra de arte algo favorável a sua difusão e a reprodutibilidade, por sua vez, assumiria um papel de democratizar a cultura. A arte deixaria de ser privilégio das elites e seria direito universal. A esperança de Benjamim se concretizou, porém, às avessas.

A indústria cultural dos países capitalistas cria a cultura de massa. As artes passam a se submeter às regras do mercado capitalista e à ideologia da indústria cultural, a obra de arte agora é uma mercadoria como outra qualquer no capitalismo. Ao contrário do que esperava Benjamim, a arte não foi democratizada, transformou-se em propaganda, sinal de status social, prestígio público e controle cultural. As principais características da arte dão lugar às características do mercado, à consagração pela moda e pelo consumo.

Nos vídeos abaixo, duas personagens desconhecidas nesse mercado cultural, desenvolvem trabalhos que eles próprios consideram como artísticos e nos contam sobre suas influências, processo de construção, dificuldades para produção e exibição de suas obras. Embora talvez eles não venham a ser considerados por muitos como verdadeiros artistas, assistam aos depoimentos deles e, como a maioria dos críticos de artes, expressem suas opiniões.
..
.....
Parte I................................................. ........Parte II

quarta-feira, 16 de abril de 2008

_______________________________

Tem TV Anarquista na área !!!

O Núcleo de Sociabilidade Libertária, da PUC de São Paulo tá correndo atrás da tecnologia.

Estão criando a TV nu-sol.

Para ver o programa "Os Insurgentes: Margareth Rago, com Salete Oliveira & Conversações do Nu-Sol com anarquistas no Brasil" acesse o link na data e hora indicada: 17/04, 20h – 18/04, 13h – 20/04, 13h – 22/04, 13h30.

Fora desses horários, música libertária a vontade.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

______________________________

Este Ano Tem Eleição... Tem Sim, Senhor, por el_brujo



Salvador terra dos esquecidos do PAC... estamos em abril (mês da mentira) e a situação eleitoral já começa se definir nos partidos maiores: o ‘demô_nio’ já envio o seu representante oficial [o neto do seu mais fiel escudeiro e coadjuvante nas malvadezas contra o povo pobre e periférico]. Enviou, é claro, outros candidatos também para fazer a “misansene” de praxe e tornar o cenário um pouco mais realista para convencimento da grande platéia do expetáculo circense da afirmação da democracia representativa.

É o ponto que devemos atentar, pois vão falar muito desse tema: o que é essa tal de democracia [do povo para o povo] representaviva [sem o povo, pois muita gente mandando atrabalha] de que tanto falam e esqueceram de informar a raia miúda dos daqui de baixo e localizados estrategicamente na periféria das coisas boas da cidade: lazer, educação, saúde, segurança pública, etc...

Governo do povo, que não é exercido pelo povo... E no nosso lugar entra a figura do representante, que representa os seus interesses pessoais e familiares, e da ‘curiola’ que gravita em torno de valores que nunca é explicitada a sua origem, bem como sua a finalidade. Mas com dinheiro em jogo... nem o diabo fica quieto e já começou a brincadeira/confusão com o valor que o cabeça branca deixo para seu povo de casa e que será o ‘cacife’ dessa eleição.

O último exemplo público: no oficial tem-se trezentão [milhões] para ser rateado entre os ‘vivos’. E o povo sem instrumentos concretos para dizer o que quer para si e para os seus... tomando as rédeas desta besta fera [gestão da coisa pública] que só corre em direção as baias dos poderosos, velhos de sempre, na vivência neste picadeiro.

Lá da periféria da cidade o povo é convocado, por força de uma lei do tempo do jeca tatu e de suas gordas lumbrigas – que nos rouba as potências de dizer um basta à tanta desfasatez – para escolher o que não se conhece, não se sabe em menor profundidade da engrenagem da máquina pública.

O convite do tribunal é para escolher figurinhas caribadas, que aparecem numa tela impasível e impessoal, e que nada informa das relações de poder contruídos entre representantes e [os nada] representados...

Relação de dominação, isto sim, que é próprio do mundo das representações políticas. Representações estas em que só alguns caras-de-pau governam em nome de muitos miseráveis sub_nutridos, sub_informados, e além disto tudo perseguidos pelos ‘homé’ da boina preta... perseguição agendada em nome da garantia da felicidade dos faustos consumidores e pagadores de impostos.

Tantas são as questões em jogo, que é sem sentido a escolha entre o bem e o mal... temos de ir além, em busca de novas relações.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

______________________________

A Biblioteca José Oiticica precisa de ajuda, por Grupo de Apoio à Biblioteca


A Plebe - Março de 1934

Antônio Fernandes Mendes reside, desde o início dos anos 70, em sítio localizado no fim de linha de Valéria, bairro de Salvador. Natural de Quixeramobim, no Ceará, já era desde a década de 60, antes do golpe militar, educador de trabalhadores rurais, e cuja linha de trabalho baseava-se no método de Paulo Freire. Este foi, inclusive, um dos motivos pelo qual teve de sair de sua terra natal e se deslocar pelo país, fugindo dos militares, numa espécie de exílio interno, até chegar na Bahia.

Aqui em Salvador, desde sua chegada, vem promovendo cursos de hortas e jardins, permacultura, educação ambiental, práticas alternativas de medicina natural. Praticante da agricultura ecológica implantou a primeira horta com aquela técnica em Salvador (Horta Natureza), abastecendo os principais restaurantes naturais da cidade.

Atualmente, continua seguindo esse modelo em seus cursos na área ambiental. Pertence ao Clã (genealogia) de Antonio Vicente Mendes Maciel (Antônio Conselheiro), fundador da cidade de Canudos. Está atuando também em projetos de alfabetização ecológica, farmácia natural e produção de mudas.

Realiza também dezenas de encontros sobre educação ambiental em Valéria com escolas públicas, comunitárias, particulares e universidades, tendo sido escolhido, inclusive, o sítio como local de estudos e pesquisas de professores e estudantes universitários (UNEB, UCSAL).

É em seu sítio, em Valéria, que ele imaginou e vem tentando estabelecer o Instituto Sócio-Ambiental de Valéria (ISVA). E é dentro deste projeto de vida que nasceu a idéia da Biblioteca José Oiticica, homenagem ao livre pensador carioca que viveu intensamente na primeira metade do século XX, combatendo o autoritarismo e o oligopólio do conhecimento.

A Biblioteca é composta por livros de quaisquer assuntos, e que são doados por aqueles que acreditam na possibilidade de existência de instituições comunitárias e autônomas, que tenham o simples objetivo de levar conhecimento aos moradores, crianças e adultos, que moram na localidade, além de poder tornar-se um centro de estudos práticos em educação libertária e ecologia.

Para quem não conhece, o bairro de Valéria está situado na periferia de Salvador, ao lado esquerdo da saída da BR-324, e está incluído entre os reconhecidos pela Secretaria Municipal de Educação como um dos que possuem um crescente déficit de escolas. Segundo dados da Secretaria, em Valéria existem apenas três escolas que oferecem o ensino infantil e fundamental (até a 4ª série).

Antonio Mendes e um grupo de apoio ao ISVA, e à sua Biblioteca, estão buscando auxílio para melhorar a infraestrutura do prédio onde ela está localizada. Telhado, pintura, entre outras coisas precisam de melhoria. Assim estão promovendo uma campanha de ajuda financeira.

Vejam o vídeo criado pelo grupo e se puderem, colaborem.



Banco do Brasil. Agência : 1599-7 Conta Corrente : 8.803-X
Contato direto com o ISVA : institutovaleria@ig.com.br

quarta-feira, 9 de abril de 2008

______________________________

Novamente a proposta de redução da idade penal, por Jailson Correa



A proposta de redução da maioridade penal tornou-se corriqueira em debates acerca de delitos praticados por crianças e adolescentes, especialmente quando o fato acontece pelo elevado grau de violência. Um assassinato em que houve a participação de um adolescente é suficiente para que os veículos de comunicação açodem ao máximo a opinião pública, tendendo quase sempre a favor da alteração legislativa. Aliás, freqüentemente a nossa legislação penal é incitada a mudar em razão de circunstâncias geradas pela violência urbana.

Contudo, essas mudanças repercutiriam de modo diferente para pobres e ricos. Isto, porque a voz que reverbera com nitidez pertence às classes sociais hegemônicas, cujo apelo midiático e campanhas incendiárias contra a violência confundem-se, muitas vezes, com uma necessidade de assegurar o status quo, resultante de atritos sociais históricos. Mas, deve questionar-se os parâmetros pelos quais utilizam os argutos defensores desta idéia, que tem como núcleo a chamada prevenção geral e a prevenção especial.

Na prevenção geral, a pena serviria para intimidar potenciais futuros adolescentes infratores, desencorajados pela punição aplicada aos seus pares; apóia-se num poder de ameaça coletivo. Já na prevenção especial, o adolescente é neutralizado pela prisão, não havendo como preencher sua rotina com atos infracionais.

Esta fantasia não mais se sustenta diante de um número cada vez maior de crimes cometidos por menores, que tratam suas vítimas como coisas, porque a certa altura também foram coisificados e terminam por reproduzir atitudes de descaso perante o outro. Ou seja, a vida humana, essencialmente, foi alijada a objeto vulgar para alguns adolescentes infratores. Pondere-se que a atração de jovens de classe média e alta pelo mundo do crime é impulsionada por fatores diversos e, muitos deles, distintos dos encontrados em jovens das periferias.

Numa abordagem crítica sobre a prevenção geral e a prevenção especial aplicada em nosso sistema penal(1), a fim de se evitar o crime, o poder sancionador do Estado não encontra limites, lançando-se sob as formas mais pesadas de coerção (até a pena de morte, inclusive, praticada por agentes do Estado), desde que seja bastante na tarefa de intimidação geral; e tal teoria preventiva geral idealiza um mundo de seres humanos exclusivamente racionais, tementes à lei, e eficazmente amedrontados em face da possibilidade de cometerem um ilícito penal.

Na realidade, a prevenção geral e a prevenção especial têm sido impotentes para reduzir a criminalidade. No mesmo caminho, as medidas sócio-educativas não têm atingido os fins a que se destinam. Como nota Roberto Baptista Dias da Silva(2) ao enfatizar que o sistema Penal comete equívocos ao pretender educar através do medo, impondo hábitos e padronizando as condutas. Ao invés disso, deveria privilegiar o diálogo, o convencimento, a argumentação. Ora, ao revelar sua incapacidade de persuadir pelo argumento, impõe a violência e mostra sua primeira fraqueza. .
-
A intimidação e a retribuição através da pena são componentes da estrutura penal destinado aos adultos, mas que foram irradiados no trato de crianças e adolescentes. No dia-a-dia das metrópoles, ou mesmo cidades do interior, a redução da maioridade penal é veladamente utilizada, sob o arrepio das legislações atinentes e omissão freqüente dos poderes públicos. Cotidianamente, o desrespeito praticado ao menor infrator corresponde exclusivamente ao tratamento que seria dado aos adultos criminosos.

O discurso que tem como escopo reduzir a maioridade penal ampara-se em matrizes ideológicas bastantes arraigadas. É simbólica a diferenciação entre as políticas criminais derivadas para o sistema penal e as adotadas para crianças e adolescentes infratores. Contudo, respaldar a redução da idade limite consiste na aceitação das condições reais de dois sistemas eminentemente punitivos, embora previstos em lei - que são as penas e as medidas sócio-educativas -, e que selam negativamente a trajetória de vida de homens e crianças.

Convêm acrescentar, neste sentido, que há uma grita insana, cujo objetivo maior é preencher de gente (e quanto mais, melhor, dizem os adeptos do retributivismo penal) as instituições destinadas às medidas de privação de liberdade, como se apertar adultos e menores infratores nos centímetros que restam nas cadeias e alguns estabelecimentos destinados à internação de adolescentes infratores, respectivamente, fosse a maneira mais “humana” de combater a criminalidade.

As medidas sócio-educativas criadas pelo legislador visavam um tratamento diferenciado aos menores. Nesta perspectiva, os cuidados tinham como objetivo promover a reinserção daquele jovem infrator à esfera social considerada normal, à comunidade social em que habita, devolvê-lo "apto" para assumir uma vida longe da marginalização. Pesaram, todavia, as reais condições de aplicação de tais medidas, agravadas pelo estado em que estes jovens se encontram.

Os mecanismos de proteção às crianças e adolescentes mostraram-se frágeis no dia-a-dia. No entanto, uma mudança legislativa por si mesma não minora nem resolve o problema. Cabe, sim, tratar diferentemente crianças e adolescentes, mas executando a legislação pertinente, com políticas públicas sérias, cujos objetivos sejam reduzir o impacto do desnível socioeconômico que distancia os estamentos sociais.

Por tais razões, conclui-se que a proposta de redução da maioridade penal se deve ser repudiada, pois, do contrário, mais uma covarde iniciativa será perpetrada pelo Estado e por parte da sociedade contra os mais vulneráveis (dentre os vulneráveis) na hierarquia social.

Notas:

(1) AMARAL, Cláudio do Prado. Princípios penais: da Legalidade à Culpabilidade. São Paulo: IBCCRIM. 2003, p. 227-228.
(2) SILVA, Roberto Baptista Dias da. Abolicionismo penal e os adolescentes no Brasil. Disponível em: http://www.nu-sol.br/ppg.puc/sp/revistaverve acessado em 15.09.2004.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

______________________________

PECADOS, CONFISSÕES E BÊNÇÃOS, por Anderson Souza.



O título do vídeo linkado abaixo nos traz (simplificadamente) indícios de um relacionamento divergente entre a Igreja Católica e seus fiéis. Segundo o Vaticano, novos pecados surgiram, fruto do nosso mundo moderno. Com isto, além dos sete já existentes, conhecidos como pecados capitais, avareza, gula, ira, luxúria, preguiça, soberba e vaidade, o Papa Bento XVI decretou outros seis: fazer modificação genética, poluir o meio ambiente, causar injustiça social, causar pobreza, tornar-se extremamente rico e usar drogas. A Igreja também reivindica o fato dos cristãos não mais se confessarem, sendo assim, não seguirem as recomendações para se receber o perdão divino.

Mediante tal questão, busquei saber entre católicos e membros da própria Igreja o que achavam das declarações e decretos do papa ao seu rebanho. Evitei, então, pessoas de outras religiões, pois não era minha intenção alimentar qualquer tipo de intolerância religiosa.

Em meio a toda essa polêmica, além de outras envolvendo padres a outros escândalos, a mídia é acusada de divulgar coisas sem sentido, “uma espécie de campanha contra a Igreja Católica por parte dos meios de comunicação”, disse monsenhor Gianfranco Girotti em entrevista ao jornal do Vaticano L´Osservatore Romano.

Bom, sugiro que assistam ao vídeo e tirem suas próprias conclusões. Ah, não esqueçam de comentar a respeito do tema em nosso blog sobre o que leram, viram, ouviram e refletiram nesta matéria. Quem sabe poderemos ampliar este debate e assim conseguirmos as tão esperadas bênçãos. O que nos falaria Zaratustra hoje em dia?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

____________________________

O Carteiro e o Poeta, por Carlos Baqueiro



Faz uns dias assisti novamente o filme O Carteiro e o Poeta.

Quando se fala de Pablo Neruda sempre associo sua imagem a aquele filme. Liberdade, rebeldia, paixão... sentimentos a flor da pele humana que Neruda sempre conseguiu ressaltar em suas poesias.

"Meu caminho se junta ao caminho de todos.

E em seguida vejo que desde o sul da solidão fui para o norte que é o povo,

o povo ao qual minha humilde poesia quisera servir de espada

e de lenço para secar o suor de suas grandes dores

e para dar-lhes uma arma na luta pelo pão".

Dirigido por Michael Radford, e lançado em 1994, o filme ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora, além de ter sido indicado em outras quatro categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Massimo Troisi, o carteiro) e Melhor Roteiro Adaptado.

O conjunto do filme é absolutamente bem feito. Mas acredito que devemos dividi-lo em duas partes. Uma segunda parte não tão bem elaborada, mas a primeira, belíssima.

Beleza encontrada na trilha sonora de Luiz Enríquez Bacalov, inclusive premiando-o com o Oscar; na genial fotografia de Franco Di Giacomo; e no rendimento plausível de todo o elenco, com destaque para Massimo Troisi, que faleceu um dia depois que o filme acabou de ser rodado (pois é, tem coisas na vida que são inexplicáveis) e conseguiu uma póstuma indicação ao Oscar pela sua atuação e ainda uma pelo roteiro que assinou ao lado de Anna Pavignano, Furio Scarpelli, Giacomo Scarpelli e do diretor. Massimo conduz o personagem com carisma, a ingenuidade que ele transmite faz com que o espectador torça por seu personagem. Um belo trabalho.

“O Carteiro e o Poeta” poderia facilmente se tornar mais uma daquelas pérolas que o novo cinema italiano solta de tempos em tempos. Poderia entrar naquele time liderado pelos “Cinema Paradiso” e “Mediterrâneo”, porém acaba ficando no meio do caminho por causa da meia hora final que realmente não teria a necessidade de existir. Mas quem somos nós para censurar a arte. Não quero ser bombeiro do Fahrenheit 451 , irritando Ray Bradbury.

Mas, avaliando o filme por sua 1 hora de 10 minutos iniciais, podemos dizer que o filme é soberbo. Por razões políticas o poeta Pablo Neruda (Philippe Noiret) se exila em uma ilha na Itália. Lá um desempregado (Massimo Troisi) quase analfabeto é contratado como carteiro extra, encarregado de cuidar da correspondência do poeta, e gradativamente entre os dois se forma uma sólida amizade.

A segunda parte parece existir apenas para manter viva uma cartilha do cinema italiano-europeu, deixando-nos a impressão de algo bem trágico e melancólico (um retorno do espectador/fruidor ao mundo real), porém essa cartilha funciona perfeitamente para alguns filmes e para outros não, e ela não se encaixou bem no “O Carteiro...”.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

_____________________________

Lançado livro "O Inimigo do Rei" em São Paulo, por Carlos Baqueiro



O lançamento aconteceu no Centro de Cultura Social (CCS-SP), no dia 29 de março.

Para falar sobre o jornal foram convidados, além daquele que lhes informa, Waldir Paganotto, e Gustavo Simões, todos pesquisadores do jornal que sobreviveu entre os anos de 1977 e 1988.

Estudar e dar visibilidade a um jornal dos anos 70 e 80, que se encontrava dentro de uma perspectiva e definição de mídia alternativa, e de combate a qualquer situação autoritária no mundo, é fazer relembrar justamente a trajetória de um sentimento de resistência que se sobrepõe ao medo de lutar contra o autoritarismo e contra o conformismo.

Hoje, numa sociedade onde o poder continua nas mãos de poucos e é usado para manipular a vida de todo um país, é também imprescindível que haja uma re-ação a este monopólio de autoridade, por meio da palavra escrita, da mídia alternativa que defenda igualdade social e liberdade política, de forma a incentivar uma luta pelo direito de cada indivíduo fazer o que quiser, na hora que achar conveniente, apenas respeitando os seus limites e o direito que o outro também tem dentro daquele espaço que é comum a todos que ali convivem, o que efetivamente estará efetivando a autodisciplina e o respeito pelos seus semelhantes.

Em O Inimigo do Rei seus colaboradores usavam da liberdade de expressão para ousar e falar de assuntos que eram, e que ainda hoje, são considerados tabus, para uma parte da sociedade, para a grande imprensa e até mesmo para os outros ‘nanicos’ da época.



Portanto, num momento como esse, em que nós vivenciamos uma traumática derrocada das utopias, não há nada melhor do que rebuscar na História um pouco de antagonismo. E particularmente quando utilizamos alguma parte dela em que homens e mulheres se unem, para com uma pitada de humor, e outras de ironia e coragem, tentarem destronar o Rei.

Arquivo do blog

Informações sobre o Blog