segunda-feira, 31 de março de 2008

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apenas mais um deitado eternamente em berço esplêndido..., por el_brujo


estavam os honoráveis membros da ‘família trapo’, e eu, vivenciando na própria sensibilidade epidérmica, esta loucura que é o absurdo burocrático do serviço de saúde pública (kafka, nos ‘alumie!’) de idas e vindas pelos corredores do Hospital Roberto Santos/Ssa/Ba. Isso em busca de atendimento, e/ou internamento, médico especializado – neurologista – para uma pessoa recém acometida de um pré-a.v.c. (princípio de um acidente vascular cerebral)...

e o caso em análise: é deste que vos escreve... Nada de mimos ou paparicos melodramáticos, por favor! Pois não clamo por piedade cristã ou pelo direito inalienável de consumidor esclarecido, que faz parte da ‘grade’ diária dos ‘meios de comunicação’ televisivos ou não, e que é, também, apregoado e estimulado pelos governos de direita, centro, esquerda volver...

e sim pela opção política/filosófica de continuar vivo. Posso no máximo tolerar – pois estou excluído do mercado de trabalho – que se clame por solidariedade, esse bem maior que a humanidade construiu na sua longa jornada de erros e acertos, vulgarmente chamada de aprendizado....

mesmo com o corpo tombando para o lado esquerdo (será um mero acaso ou seria a mão da ‘divina providência’ indicado o caminho dos ‘quintos dos infernos’!) seguíamos juntos – eu e a honorável família ‘trapo’ – por todos os labirintos cinzentos e frios em busca de ajuda para aquele persistente sobrevivente das dietas ricas em gordura, sal e açúcares...

médicos especializados é o que importava naquele momento, pois ‘ele’ fora mais que escorchado, conte aí mais ou menos de 20 anos, com régias contribuições mensais para o sistema único de saúde pública, em vigor neste país de_&_das bananas nanicas de degustação massenta e de paladar duvidoso...

da nossa luta por um mundo melhor... conseguimos uma maca fria e dura sem cobertor ou colchão, isso a título de favor... pois outros “compas” – ‘pobres, pretos e feios’ – de exploração pelo sistema capitalista, em piores condições reclamavam por um atendimento mais personalizado e urgente...

enquanto vidas eram ceifadas nos próprios corredores por falta de atendimento e acompanhamento de um médico especializado..... a vida e a morte de mãos dadas brincavam de bem-me-quer e mal-me-quer!?

sexta-feira, 28 de março de 2008

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Revolução de Merda !!!, por Carlos Baqueiro



Atravessamos um tempo de Revolução. Não somente no sentido político, como podem imaginar aqueles mais apressados. Mas uma Revolução Total: Política, Econômica, Cultural, Comportamental, Mental.

Muito longe das abruptas e simples rupturas econômicas, a vivência moderna desconstrói os elementos humanísticos básicos e primários conquistados e desenvolvidos durante centenas de anos.

Esta desconstrução vai estabelecendo um novo rumo em nossas vidas. Aceleradas pelas transformações tecnológicas, as formas de trabalho, por exemplo, nos forçam a decidir cada vez mais rapidamente e nos faz crer que decidimos em cima de mais e mais opções.

Mas não se enganem... continuamos sempre mais e mais forçados a ter determinados comportamentos, e cada vez mais e mais sem quaisquer possibilidades de contra-controle. Passamos da etapa “evolutiva” de Homo Sapiens para aquela do Homo Stupidus...

Somos obrigados, para que as empresas onde trabalhamos conquistem certificações e prêmios de qualidade e segurança, a sermos “educados” ao extremo. Dar bom dia a cada metro andado... saudar os clientes e parceiros como se fóssemos antigos amigos de todos eles... Au-to-ma-ti-ca-men-te !

Somos obrigados, para que não nos machuquemos e não nos afastemos nem um só dia da empresa, a digerir docilmente esquemas de educação física, de posicionamento correto dos corpos... Er-go-no-mi-ca-men-te !

Somos obrigados a assistir diariamente dezenas de minutos de publicidade, o que, a partir do uso da neuro-linguística, ou mesmo da propaganda subliminar, permite, a aqueles que se encontram dominando os complexos aparelhos de comunicação, manipularem nossos cérebros... Des-ca-ra-da-men-te !

Isso é Revolução ? Sim.

A cada dia que se passa temos nossas mentes mais controladas e mais disciplinadas por um sistema, semana após semana, mais monolítico. Que castra o rebelde, e fortalece o puxa-saco. Que elogia os estúpidos tradicionalistas, e pune os radicais.

É essa Revolução de Merda que zune em nossos ouvidos e toma velozmente cada célula de nossos corpos e cada fóton de nossas almas.

* Este texto foi escrito há 3 anos atrás, e publicado no boletim Bandeira Negra, em Março de 2005.

quarta-feira, 26 de março de 2008

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Tô retado da vida..., por Carrombé

Carrombé fez o curso de jornalismo em uma faculdade da cidade baixa, em Salvador. Ele foi filmado, a tardinha de um dia desses, no final do verão de 2008, por Anderson Souza e desabafa, deixando claro sua posição de revolta devido a ser ainda hoje, três meses depois da formatura, um "jornalista sem diploma".

segunda-feira, 24 de março de 2008

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EU NÃO SUPORTO MAIS, por Eduardo Nunes



Eu já não suporto mais a propaganda "Eu estou de olho" que passa incansavelmente nas TVs do Brasil. Por isso eu estou de olho nessa propaganda. Parece uma espécie de mistura do big brother orwelliano e do BBB brasileiro. Acontece que o Estado e as empresas privadas estão realmente "de olho" em todos nós.

Somos cadastrados pelo IBGE, pela receita federal, pelos bancos, corretoras e inúmeras lojas que correm atrás de nós para nos cobrar ou fazer comprar algo. Quanto aos políticos, eles também estão sempre de olho em nós, principalmente, nos períodos eleitorais. Um verdadeiro inferno, inafiançável, muito provavelmente, desde que em algum momento possamos prescindir de todas os bens e, isolarmo-nos, em alguma floresta como o fez David Thoreau.

O que faz pensar os propagandistas de plantão que a sociedade, as pessoas, os indivíduos, podem vigiar o Estado e seus acólitos se nem mesmo, o cartão magnético corporativo, pode fiscalizar o homem público, como o cidadão o fará? Como o Estado, com todos os seus segredos de Estado assegurados pela mais alta corte pode permitir a vigilância do povo?

O que pode fazer o cidadão que nem se lembra em quem votou na última eleição para "ficar de olho" no comportamento ético dos parlamentares, dos podres poderes públicos e privados (PPPP).

Enfim, desconfie da possibilidade da vigilância do cidadão ao Estado e às Empresas, pois, há mais mistérios entre o céu e a terra do que pode conceber a nossa vã filosofia midiática.

sexta-feira, 21 de março de 2008

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Uma Crítica à Estrutura Sindical Brasileira, por Carlos Baqueiro


Por estes dias recebi no trabalho alguns boletins do sindicato dos petroleiros falando sobre a próxima eleição sindical.

Também recebi boletins da “oposição”, criticando a forma com que os da “situação” estariam manipulando a eleição, desde seu planejamento.

Pensei em fazer um pequeno texto dando minha opinião a respeito, não só da eleição, mas de todo processo de estrutura sindical, vigente hoje.

Com o decreto lei n° 19.770 de 1932 nasceram as bases do padrão corporativo de organização sindical, subordinando o sindicato ao Estado, que lhe deu o monopólio da representação sindical. A idéia básica do "novo" sindicato, criado pelo Decreto era a colaboração de classes, que teve como objetivo inequívoco a desmobilização das lutas operárias, que teve seu clímax entre 1917 e 1922.

Nesta estrutura - corporativa - o sindicato era criado para uma sociedade vista como um corpo social, composto de vários membros, estando todos eles em perfeita harmonia entre si. Estando no topo desta estrutura o Estado, a quem todos devem completa obediência.

Para que a estrutura desse certo, foram criados diversos dispositivos, tais como o imposto sindical obrigatório, a unicidade sindical (apenas uma organização sindical por categoria e por base territorial), facilitando o controle do sindicato pelo Estado.

Mais de cinqüenta anos depois, os sindicatos se fortaleceram. Mas se fortaleceu no sentido imaginado por Getúlio Vargas - "É preciso a colaboração de uns e outros no esforço espontâneo e no trabalho comum em bem da harmonia, da cooperação e do congraçamento de todas as classes sociais".

Hoje os sindicatos localizados, freqüentemente, em verdadeiras fortalezas, como alguns em grandes edifícios e uma quantidade incrível de funcionários, são mais assistencialistas (médicos, creches, bingos, etc), do que instrumento do trabalhador pela luta por melhores condições de vida.

"Antigamente, a vida dos sindicatos estava no sentimento de igualdade e na efervescência de idéias. Hoje quando entro num desses grandes sindicatos, diante dos guichês que separam o operário dos funcionários e diretores, tenho a impressão de estar numa repartição pública. O corpo cresceu sem o espírito do verdadeiro sindicalismo", escreveu Edgar Leuenroth, militante anarquista e historiador do movimento operário anterior a 1930.

Talvez graças a esta acomodação do sindicalismo, os sindicatos atuais tenham tanto medo do pluralismo sindical e do fim do imposto sindical. Como uma empresa capitalista qualquer, parecem temer a perda de clientela.

E, por trás de tudo um Estado temeroso do fim do corporativismo que ainda não cedeu ao atual Estado "democrático". Pois como podemos verificar na Constituição de 1989 (1988, conforme comentário abaixo), "é livre a associação profissional ou sindical", mas, por outro lado, regulamenta-se o sindicalismo na mesma unicidade do Estado Novo e na representação obrigatória daquele sindicato único nas negociações coletivas, além da não extinção do imposto sindical, que permite até ao sindicato sobreviver sem associados, com os burocratas (dirigentes sindicais) vivendo às suas custas e utilizando-o como trampolim para a profissão mais bem remunerada atualmente, de político.

quarta-feira, 19 de março de 2008

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O Contador de Estórias que Queria ser Jornalista, por Anderson Souza.


Alguns, logo de súbito, poderão dizer: “Claro!!! Afinal, todo jornalista é de certa maneira um contador de estórias. A notícia é uma estória baseada em fatos reais, muitas vezes contada por um jornalista”. Sensacional resposta, confesso! Mas, quem dera a realidade fosse de fato estória contada por quem verdadeiramente pudéssemos chamar jornalistas. Ocorre que alguns personagens televisivos, auto-intitulados “amigos do povo”, são criados com o único intuito de persuadir o público-alvo, e, olhando de perto, não mereceriam o título de comunicadores sociais, a não ser no diploma pendurado na parede.

Bem, é impressionante como perdemos muitos momentos de nossas vidas assistindo, por exemplo, a programas classificados como jornalísticos e, no entanto, são meras apresentações deturpadas da vida alheia. O jornalismo vem sendo constantemente exercido por charlatões. Óbvio, não podemos generalizar, mas, tenho lido, assistido e ouvido, coisas tão esdrúxulas e irresponsáveis ditas pelos principais meios de comunicação, que é quase impossível pensar em coisas como credibilidade e imparcialidade (tudo bem, a segunda não existe, mas a primeira deveria sempre ser levada em consideração).

Algo que ilustra bem o que digo é o programa, hoje exibido pela Rede Record, Se liga Bocão. Muita gente assiste, mas muita gente o nega ou inventa as desculpas mais comuns. Como estas pessoas eu poderia muito bem dizer: “na qualidade de profissional da área de comunicação social, tenho analisado o conteúdo do programa de forma a tecer comentários e críticas fundamentadas”. Na verdade, quando o assistia era deitado no sofá descansando o almoço, ou, por vezes, simplesmente passando o tempo. Incentivo à violência, demonstração de apoio a agressões praticadas por policiais, humilhação, especulações desnecessárias. Outra voz soltaria: “É, mas ele está tendo audiência”. Parabéns para ele, mas sinceramente não sei se isto é motivo de alegria ou de decepção.

Na faculdade, muitos se formaram jornalistas comigo, porém, poucos hoje estão exercendo a profissão, quer na grande mídia ou na alternativa, quer remuneradamente ou apenas para desabafar, quer por desejo ou por necessidade. Contudo, não ousemos insinuar que estes colegas não são e nunca foram jornalistas de verdade, do contrário, é certo vermos caras fechadas e distanciamento repentino. Recordo-me das apresentações feitas no início de cada semestre aos novos professores. Alguns diziam que o jornalismo era sua vida, argumentando apenas gostar de ler e de escrever. Abstenho-me de comentários sobre isto.

Certa vez passei a cobertura de um evento para um colega, pois, tinha um compromisso marcado para o horário da festa. Certifiquei-me anteriormente sobre sua disponibilidade para o dia e hora. Garantindo não ter nada para fazer e sem lugar algum para ir, fiz o convite. De repente, como que tomado por um susto, alegou não poder fazer a matéria, pois iria visitar a mãe. Acreditem, o susto não foi só dele!

Hoje, formados, mesmo nas condições que citei no quarto parágrafo, é hora de ter seus registros expedidos e a carteira de jornalista em mãos. Além de se sentirem os jornalistas é preciso ter concretamente em seu poder, material que possam exibir, confirmando tal representação de status, se é que isto é possível. Muitos apenas sonham em querer ser, ao invés de buscar fazer, e assim, conseqüentemente, atingir o que, infelizmente, se enganam em se tornar. Ou seja, é possível ser jornalista sem produzir material jornalístico?

Aqueles que atuam na área e recebem salário para isto, só vivem reclamando “...o dinheiro é pouco, ...não tenho mais tempo para outras atividades, ...enquanto fico aqui ralando o outro recebe os créditos”. Ufa! Chega de tantas lamentações. Para se passar informações, primeiro é preciso tê-las. Com isto, acredito que quem se enveredou por essa profissão sem buscar informações sobre como as coisas funcionavam na vida real, só pode viver assim. Dependendo da pretensão da cada um, o choque pode ser grande.

Outro dia, me senti mal ao me apresentar como jornalista. Apesar de não ser minha intenção, senti no meu ato uma prepotência, típica de quem busca atenção, demonstrando algum tipo de superioridade às outras pessoas. Após comentar com um colega, recebi dele uma dica muito bacana. Então, nos apresentamos posteriormente como ex-alunos de jornalismo, pois, acabávamos de nos formar. Só não sei até quando será coerente me identificar desta maneira.

O título deste apanhado de idéias me lembra o fato de nosso amigo Baqueiro ser um historiador jornalista ou um jornalista historiador, mas minha pitada de ironia e sarcasmo em nada se relaciona a ele. Talvez sim, eu seja mais um contador de estórias. Talvez, seja uma mal contada estória isto que acabo de fazer. Este texto parece nada jornalístico e eu pareço estar longe de ser chamado jornalista. Talvez eu esteja mais para jornaleiro de esquina, como diriam as más línguas. Quem sabe o que faço agora se encaixe perfeitamente naquela idéia de gostar de ler e escrever, não fosse o fato de eu nunca ter gostado de ambas as coisas.

segunda-feira, 17 de março de 2008

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ABORTO, sim ou não?!, por el_brujo



É a velha ‘chorumela’ apoiada na leitura dos anacrônicos conceitos dos antigos livros judaico-cristãos (torah & bíblia): viver é pecado... e pecado é um crime passível de penas cruéis e terríveis!

E como tal, tem de ser punido por um carrasco mal-amado, carrancudo e cara de quem não vê gozo faz tempo!!!!!!!

Ver o sol nascer quadrado - cadeia -, meus caro jurisconsul/pastor/etc, nunca resolveu nada. E nem vai resolver nunca as pendengas culturais, emocionais, e das posses particulares ou sociais!!!
Lembro-me de 'luce fabbri' com o seu magnífico livreto ''o caminho": transformação individual por opção pessoal. E por conseguinte a tão desejada transformação colectiva 'até o socialismo sem Estado'.

Estes atos revolucionários realizados pelos agrupamentos societários e tendo como ponto de partida o comum acordo entre os interessados... E para clarear "o caminho" tem-se sempre como paradigma a lapidar idéia: "em cada passo a realidade da meta.

Veja-se, portanto, a actualidade de um velho slogan anarquista da década de oitenta, cantado em verso & prosa:

PÃO, TESÃO E AUTOGESTÃO!!!

Visto que comer é uma necessidade fisiológica; trepar é um aprimoramento prazeroso das nossas adaptações genéticas ao longo de vários milênios; e o trabalho é uma conquista das nossas faculdades intelectuais, buscando-se assim uma maior proteção física para si e os seus...

E também, a alegria de se expor para os seus congêneres; compartilhando ações grandiloqüentes - sendo que estas são provenientes das conquistas materiais de cada individualidade. Portanto resultado de estudo, trabalho e muita, eu falei muita, dedicação com o objeto do querer e ou desejo!!!!!!!

Portanto, tem-se um caminho a ser construído coletivamente pelos que 'gorjeiam' aqui, tanto quanto alhures, os cantos de liberdade!!!

sexta-feira, 14 de março de 2008

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Bob Dylan e a arena que virou pub, por Marconi Lins


Foto: Hélida Conceição; Vídeo: Sindrock

A Arena Olímpica do Rio de Janeiro parece mais um shopping center em meio a tantos outros que ficam ali na Barra da Tijuca. Um mega espaço que lembra aqueles grandes estádios americanos de Hóquei no Gelo, ou até mesmo o Albert Hall, em Londres. Cadeiras enfileiradas e clima de grande concerto na chegada davam a impressão que um grande show iria acontecer. Mr. Zimmerman, na sua última apresentação no Brasil.

Play Back de introdução (uma marchinha circense), iluminação sóbria, então desce um fundo de palco preto, com formas tribais prateadas e, no meio do palco, uma rosa dos ventos, que servia de tapete e apontava para o norte, para a lenda viva, o poeta americano, o cara mais anticelebridade, que ignorou o show business e perdeu a direção de casa: Robert Allen Zimmerman ou, simplesmente, Bob Dylan.

Apesar da Arena Rio dispor de três telões, nenhum deles foi ligado, uma exigência do próprio cantor, que por sinal, não deu uma entrevista sequer. E nem precisa de imagem quando se tem um cara desse naipe tocando na sua frente.

O som muito limpo e uma incrível dinâmica da banda davam espaço para a voz rouca de Dylan se encaixar perfeitamente nas estranhas versões de velhas músicas conhecidas. Normal. Tendo em cena um artista que nunca gostou de se repetir, vai esperar o quê? A segunda do set list, por exemplo, "It ain't me baby" ficou com outra roupagem, bem menos folk do que a versão antiga.

Para quem não conhece bem as letras, vale curtir os climas das músicas. E olha que os detalhes fazem toda a diferença no som: toques sutis de gaita, um slide guitar dando o maior brilho aos acordes introdutórios, uma Fender Telecaster fazendo bordões típicos de country rock, teclados tocando uma oitava a cima, solos bluseiros do guitarrista Denny Freeman e rockão, muito rockão antigo.

Por mais que críticos afirmem que Bob não tenha um estilo definido, ele é antes de tudo um rocker, no sentido mais dúctil da palavra. Na sua atitude e no seu som. Mesmo que às vezes cheio de nuances melódicas, e românticas, não tem como não lembrar do bom e velho rock'n roll (êta bordão Bob Dylan, quer dizer, fora de moda!).

Em alguns finais os músicos ficam à vontade para improvisação, com direito a altas investidas do baterista, soltando a mão e despachando virtuose. Duzentos metros de palco e lá estava ele, estático. Como se fosse um pub esfumaçado e cheio de suor, cara de não tô nem aí, sorriso no canto da boca e uma super precisão nos tons e na respiração. A arena virou um pequeno bar americano de beira de estrada, onde milhares de pessoas degustavam essa viagem sonora.

Finalzinho de show, um arranjo diferente e para delírio da platéia... finalmente "Like a rolling stone". Nesse momento é liberada a geral e grande parte das pessoas nas arquibancadas desce para a pista. Coro no refrão, gritos e empurra-empurra para ver de perto a lenda viva.

Bob Dylan ainda volta ao palco para mais duas, uma delas "Blowin' in the Wind" também cantada de forma bem diferente, mas nem por isso desacompanhada pelos fãs. Ao final ele e os integrantes da banda, todos de chapéu e terno, ao estilo gangster de Chicago, se posicionam lado a lado para o público como se fosse um duelo e vão embora de vez.

quarta-feira, 12 de março de 2008

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O ENTRUDO não acabou na bahia!?, por el_brujo

“Me dá um ‘votinho’, aí!
Que ti dou um
descontinho, aqui”




Uma propaganda veiculada pela Prefeitura Municipal do Salvador/Bahia sobre o ‘novo’ sistema instalado no transporte público: abatimento de até 50% para o segundo translado, quando efetuado o transbordo num prazo menor que uma hora.

Poderíamos até dizer: eis aí uma boa idéia, mas que nada...... pois neste angu tem caroços, e não são poucos e pelo visto de matizes diversas!

Na película, que é representada por dois personagens femininos negros: uma mãe lavadeira e a filha (ajudante de lavadeira) toda orgulhosa com o seu ‘passeio turístico’ além da ‘lagoa escura’, que é local de partida. Durante o percurso surgem, também, mais alguns ‘fleches maquilados’ sobre a cidade do salvador/bahia...

O que temos, de todo esse processo midiático, é o registro de mais uma leitura equivocadamente paternalista sobre uma tradição de submissão étnica entre ‘as sinhazinhas’ do corredor da vitória e adjacências, e as ‘mães preta da bahia’: a profissão de lavadeiras de roupas sujas do povo ‘rico’ e ‘branco’ da cidade.

Destaquemos, pois, que estas ‘LAVADEIRAS’ não foram ou são respeitadas, muito menos admiradas pela importância do seu trabalho de higienização dos trajes finos das classes sociais mais abastadas desta cidade multicolorida em seu revestimento – e, também, nos seus característicos olores marinhos.

Atraindo, portanto, muitos ‘estrangeiros’ ao seu calor materno e aconchegante seio comunitário... Senão como entender tal visão estapafúrdia e anacrônica sobre ‘os povos’ desta terra, na leitura destes marqueteiros de ocasião... O porquê de estarem, estes senhores/as, vendendo equívocos ideológicos, tais como a tolerância racial e/ou religiosa entre as classes sociais em questão?

Reafirmamos que, mesmo belamente coloridas e sonorizadas essas são imagens para inglês ver, pois não retratam a real situação do cotidiano deste povo pobre, ‘preto’ e ‘feio’, isto na linguagem corrente na cidade d’Oxum!

Mas o que realmente – realidade concreta – representa tal prática ‘propagandística’ é à caça aos dedos ‘polegares’ e “anulares’, que votam em energúmenos. Energúmenos estes que foram feitos ‘políticos’ pela força econômica das suas famílias de origem... E absolutamente mais nada tem para oferecer, pois lhes falta tutano nos ossos para se destacar além do que seus assessores técnicos lhes apresentar!

Com essa pequena massagem na auto-estima dos deserdados/despossuídos, eles, o atual alcaide-candidato à alcaide e seus assessores técnicos em ‘marquetingue’ eleitoral, querem conquistar, neste especifico momento de renovação do posto de gestor municipal, à atenção dos:

1. étnicos, excluídos eternos;
2. autônomos, perseguidos na busca pelo equilíbrio econômico-financeiro (olha o ‘rapa’, aí gente!) de suas rendas;
3. isolados, desterrados e trancafiados em imundos ‘habitats’ periféricos, digo celas prisionais: sejam elas correcionais, manicomiais, barracos ou pocilgas...

Estes detalhes técnicos e/ou ideológicos importam muito pouco para este sistema econômico como um todo. Visto que se trata de um sistema essencialmente patriarcal e excludente, que aposta na miséria coletiva para reproduzir e garantir a riqueza particular de uma ínfima parcela de Bundas Benzidas pela Linda Luz da Lua da Bahia.

Que vos diga o inominável, que hora repousa para além do esquecimento – vulgo acm/malvadeza da bahia.

E, referendando toda essa estratégia político-eleitoral, escolhem alguns como bode expiatório para serem literalmente abatidos a tiros pela força ideológica de que um ‘crime’ qualquer cometido corresponde inexoravelmente ao ‘castigo’ do infrator do sistema com sua imediata ‘punição/eliminação’

Esta idéia-força, que se desenvolvida entre os judeus por quatro mil anos é legada ao cristianismo, foi aprimoradamente lapidada por mais dois mil anos no percurso da história ocidental, e implantada nas ‘humanísticas’ mentes sub_desenvolvidas dos representantes legais (sic?!) desta cidade multi_cultural.

Citamos, pois, estes fatos para esclarecer esse veemente repúdio à esta ação puramente eleitoral do alcaide-candidato à alcaide, que neste momento lhes pede o referendo para a promiscuidade com o erário público, dinheiro este que nos é arrancado através do suor dos corpos circulantes nesta cidade multi_étnica.

Neste (2008) que é um ano eleitoral, como usar de um estratagema de tão mau gosto para sensibilizar a auto-estima destas mulheres e homens dignos, trabalhadores e lutadores, isto na defesa de sua subsistência bem como da sua prole?

E que estiveram submetidas/os por séculos (não podemos esquecer nunca, tal fato histórico) a uma sub_utilização perversa do seu potencial laboral em função da cor de sua pele e de um estigma etnocêntrico sobre a definição dos parâmetros para a beleza estética da pessoa humana.

Querem o gestor (?!) público e seus assessores técnicos (marqueteiros), pois, perpetuar está ‘tradição’ laboral mal remunerada como ‘profissão’ para o povo ‘preto’, pobre e ‘feio’ da bahia... Só resta a rejeição de tal proposta apresentada por vossas excelências e, é de bom tom recomendar-se, que tal perspectiva seja excluída das viabilidades em potencial das pastas de trabalho das secretarias de governo municipal: tanto para o primeiro, o segundo e até o último emprego...

Bem como transformar uma dor doída de séculos (des_en_raiz_ação e a_cultural_iza_ção forçada de vários grupos étnicos-social trazidos d’África) em mais uma imagem espetacularmente mitigada sobre a escravidão neste país. Isto só para vender aos gringos (internos e externos) a sensualidade das mulheres & homens negros desta terra chamada ‘bahia de todos os santos e mil e um sabores”.

Rejeite-se, pois, essa perspectiva de manipulação das imagens da resistência política de grupos étnico-sociais, e também da possibilidade de sub_emprego para esses dignos cidadãos excluídos/‘preto’, perseguidos/pobre, desterrados/‘feio’ e abatidos à tiro nesta cidade extremamente tolerante, acolhedora e fraterna...

Sr. alcaide – e candidato a re_eleição para prefeito – , tenha muita ‘paciência’ que o andor tá pesado, o santo é de barro e as pedras da cidade estão escorregadias: um tombo se anuncia para já!!!

segunda-feira, 10 de março de 2008

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Tortura nunca mais, por Vanessa Costa



Fazendo uma análise, após ler nos jornais, ouvir nos noticiários televisivos sobre a corrida eleitoral dos Estados Unidos, e pensar em que candidato seria ou não o mais ideal para a população mundial, percebi que é mais sério do que pensamos a escolha do novo presidente americano.

Os Estados Unidos, um país que se diz democrático, justo etc... passa agora a adotar a tortura, declaradamente, já que eles são um dos principais incentivadores da tortura, inclusive mandaram para o Brasil torturadores para passar seus ensinamentos na época da Ditadura Militar. A base de Guantanamo em Cuba, por exemplo, onde existem vários prisioneiros acusados de terrorismo, é comandada pelos EUA, que usam a tortura para retirar confissões dos presos, e ainda fazem pouco caso das pessoas. A imprensa internacional divulgou fotografias de soldados americanos ao lado de corpos, de pessoas em situações de menosprezo, numa demonstração de descaso total ao ser humano. Guantanamo é apenas um exemplo, porque a pouco tempo os EUA atacou e invadiu Granada. No Iraque na década de 90 prendeu várias pessoas sem nenhum julgamento, integrantes dos Panteras Negras estão presos até hoje, a exemplo de Mumia Abu Jamal, no corredor da morte, sem que tenha tido defesa apropriada. São centenas de casos como estes, que não daria para ser descrito em apenas um texto.

Os Americanos estão ocupando a base de Guantanamo desde 1898, quando venceram uma guerra contra a Espanha. Cuba era, na época, uma colônia espanhola. O resultado dessa vitória militar foi a nomeação de um cidadão americano como primeiro presidente de Cuba, Tomás Estrada Palma, que se apressou a celebrar o acordo que deu a posse de Guantanamo aos EUA para que ali edificassem uma base naval permanente. Ao longo dos anos, a existência da base foi questionada diversas vezes por vários governos cubanos, mas os EUA nunca a quiseram abandonar e os acordos foram sendo renovados.

A permanência de prisioneiros sem julgamento viola a Convenção de Genebra de 1949, cujo tema é A Proteção das Vítimas de Conflitos Bélicos, o artigo 13 da Convenção diz: "Os prisioneiros de guerra devem ser tratados o tempo todo com humanidade... Os prisioneiros de guerra devem, outrossim, ser protegidos a todo tempo, de modo especial, contra todo ato de violência ou intimidação, bem como contra insultos e a curiosidade pública". A tortura em prisioneiros de "guerra" não é privilégio apenas dos Americanos do Norte, esteve presente em países da África, na China, no Irã. A Anistia Internacional, também coloca o Brasil na "lista negra" dos torturadores. Os EUA foi citado com mais rigor, porque declara a todo tempo ser um país justo, além disso, entrei nesse assunto para falar sobre os atuais presidenciaveis americanos.

Voltando então para os candidatos que estão na corrida eleitoral desse "poderoso" país, temos o pré-candidato pelo partido Republicano, John McCain, um ex-militar, nascido no Canal do Panamá, mas, filho de americanos, foi prisioneiro de guerra, passou pela tortura e até outro dia (começo da corrida eleitoral), era contra a tortura e a favor de uma emenda que circulava no senado americano, que entre outras medidas, proíbe sete tipos de torturas que estão sendo realizadas por americanos em diversas bases. Mas, incrivelmente, ele agora, já candidato dos republicanos, voltou atrás, e esta ao lado de George Bush, atual presidente americano, declaradamente contra essas medidas do senado.

Pela mudança repentina, claro, para obter apoio dos "conservadores" a favor das guerras, das invasões as terras alheias, podemos perceber que tipo de presidente ele vai ser. Espero eu, que os americanos analisem por esse lado também, porque, infelizmente, o que os Estados Unidos faz, reflete no resto do mundo e a depender do que for, pode prejudicar muita gente.

sexta-feira, 7 de março de 2008

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ACREDITE SE QUISER, por Anderson Souza.



“É evidente, pois, que a cidade é por natureza e anterior ao indivíduo, porque se o indivíduo separado não se basta a si mesmo, será semelhante às demais partes com relação ao todo, e aquele que não pode viver em sociedade, ou não necessita nada por sua própria suficiência, não é membro da cidade, mas sim uma besta ou um deus” (Aristóteles, A política).

De origem grega, as palavras Demos (significando plebe, gentalha e de um modo geral a camada mais pobre da sociedade) e Kratos (capaz de significar coisas diferentes, como governo e poder) formam o termo democracia. Tal conceito já nos trazia uma ambigüidade em sua construção, pois o poder poderia estar com o povo e este ser governado pela monarquia ou aristocracia. Do contrário, o povo teria condições de governar, mas de fato sem o verdadeiro poder. Tudo isto se reflete de forma clara no significado e na história da democracia.

Aristóteles, buscando classificar as formas de governo da antiguidade, define três tipos de regime político: monarquia, em que uma única pessoa comanda; aristocracia, um pequeno grupo conduz o governo; politia, a maioria dos cidadãos é que controla. Nos três casos a finalidade é sempre o bem comum, isto é, a felicidade da polis grega. Respectivamente ligados a estes regimes haveria três formas degradadas de governo, a saber, tirania, oligarquia e a democracia. Nestes casos todas as decisões seguem de acordo com os interesses próprios.

A participação pessoal direta do conjunto de cidadãos no governo da cidade era a essência da democracia na Grécia antiga. Todo cidadão poderia pertencer e tomar decisões finais sobre a política. Com reuniões periódicas, o próprio povo se governava, instituindo uma soberania popular. Outra importante característica era o fato de que os cargos governamentais e administrativos eram ocupados por cidadãos escolhidos a esmo e não por meio de eleição competitiva, todos estariam disponíveis. Entretanto, não podemos esquecer que o conjunto dos cidadãos gregos restringia-se a uma parcela muito pequena da população. Das assembléias estavam excluídos os velhos, as mulheres, os estrangeiros, as crianças e os escravos. Sem contar que mesmo entre os cidadãos aptos à discussão política, nem todos tinham o dom da oratória e na Grécia antiga aquele que soubesse argumentar melhor, isto é, aquele cujo poder de persuasão sobrepusesse o dos demais veria sua palavra transformar-se em lei.

Ainda assim, o pensamento antigo sobre democracia é muito diferente do regime democrático em que vivemos atualmente. O sofista Protágoras, por exemplo, acreditava que o conhecimento especializado não corresponderia à sabedoria política, e se fazia necessário que todos partilhassem suas opiniões. Segundo ele, se isso não acontecesse o Estado também não existiria. Naquela época, liberdade de expressão e democracia eram inseparáveis, ou seja, uma não poderia funcionar sem a outra.

Assim como a democracia, a idéia de cidadania era de extrema importância para o funcionamento do Estado. Não bastava ser simplesmente membro da sociedade e pensar apenas por si, mas pelo conjunto e isto de maneira quase orgânica. Os gregos antigos, de um modo geral, não eram individualistas, não possuíam uma concepção de indivíduo tal como nós atualmente, portanto, o bem comum era sempre superior aos benefícios pessoais, uma vez que uma polis não sobrevive sem o espírito de coletividade. Então, o êxito da democracia só se confirmava quando os cidadãos aceitavam suas responsabilidades cívicas. Pensar e fazer política eram direitos de todos os cidadãos e, mais do que isto, uma obrigação.

Este resumo consiste na leitura dos textos ambos intitulados “A invenção da democracia”, o primeiro da revista Aventuras na história, agosto de 2007 e o segundo de ARBLASTER, A. In: A democracia, Ed. Estampa, Lisboa, 1987.

quarta-feira, 5 de março de 2008

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O ILUSÓRIO E A NECESSIDADE,
É UM NOVO PARADIGMA QUE SE CONSTRÓI!?
por el_brujo

Esferas, por Salvador Dali

Num desses dias, em que estava sem as basilares referências para agir... sem ter o quê fazer, sem assunto próprio para uma redação, ou sem destino certo para onde ir... fui até uma lan house com seus peculiares ruídos infanto-juvenis....

Recorro à melhor mídia de ‘consolo’ psicológico: a INTERNET, e utilizo-me deste mundo não_real/virtual para perseguir e coletar dados para construção deste artigo que hora vos olha, pedindo-lhe a sua paciência e atenção. E o convida, também, para uma leitura rápida e descompromissada, como é de praxe em qualquer ‘blog’.

A primeira parada que faço, já interligado no mundo não_real/virtual, é numa comunidade de ateus, cujo tema do tópico era: ‘O PARADIGMA. Como se dá sua construção e a sua efetivação numa sociedade?’.

Um breve sorriso é pronunciado no canto esquerdo dos lábios e se alastra por todo o rosto, mas rapidinho se esvai como água suja pelo sifão. Pois a minha gargalhada é ouvida por todos os que estão no torno, chamando-lhes a sua atenção pela estranha expressão de prazer num rosto cansado de guerra e barba por fazer.

Paradigmas & religiões: trata-se, pois, de valores inicialmente individuais que se generalizam por toda uma comunidade, isso em busca de um ‘menor esforço e um melhor/maior resultado’ nas ações coletivas e cuja argamassa é a crença num ser superior e externo a este grupo...

Após algumas horas de convívio na comunidade dos ateus e seu instigante tema... Mas fujo deste tema espinhento devido à alta volatilidade do mesmo e a limitação do espaço disponível às especulações filosóficas dos escrevinhadores neste blog. Solicito o favor, dos querido leitores, de não confundir com censura interna, pois não caberia na estrutura auto_gestionária do MÍDIA REBELDE, que é o nosso instrumento de expressão do pensamento livre, criativo.

Volto para casa e recorro, claro e sem falsas modestas, ao segundo maior instrumento (mídia) de ‘consolo’ psicológico: a T.V. – a dama platina dos anos cinqüenta –, que só nos cobra uma posição de relaxamento diante das imagens exibidas. Pois ‘ela’ própria executa previamente o estafante trabalho de mastigar, digerir e regurgitar as imagens midiáticas – as idéias – que serão apresentadas à nós na sua forma ‘homeopática’, ou seja em doses miraculosamente recorrentes e infinitesimais para nosso deleite e satisfação pessoal...

Tomo, eu, uma verdadeira aula sobre ‘cristianismo’, ‘o capital globalizado’ e a sua ‘reprodução’ , isto tudo via a absorção de imagens pasteurizadas em um místico humor lúdico: o marketing – “a era da manipulação” se faz presente diante de nossos olhos abobalhadamente adestrados para absorver todo tipo de informações.

Senão vejamos a mágica/o truque do surgimento de uma enigmática caixa colorida vinda (?!) do ‘céu’ com um código de abertura para o acesso ao seu interior, pois guarda nele latinhas coloridas e geladas. Mas quando encontrada a enigmática caixa colorida vinda (?!) do ‘céu’, ela é transportada por uma relativa distância geográfica no lombo de um burro, digo camelo, e seguindo uma luz até deparar-se com um Oasis...

Nem um nômade beduíno dos desertos d’Àfrica do Norte (e/ou do Oriente Próximo) na sua enigmática solidão, está à salvo das mãos/ações consciente dos vendedores de quinquilharias coloridas e/ou adocicadas na “era da manipulação” de valores e idéias.

... relaxamento e paz e a palavra de ordem neste Oasis, e só neste ‘lugar’ tem-se o complemento tecnológico (“ponto de luz”) necessário para se fazer exercer o prazer que a enigmática caixa colorida vinda (?!) dos ‘céus’ poderá ofertar aos seus possíveis adoradores/consumidores.

Mas essa busca pelo prazer que a enigmática caixa colorida vinda (?!) dos ‘céus’ poderá ofertar ( até o momento não conhecido/saboreado) tem um custo, pois nada cai do céu sem preço a ser pago. Faz-se necessário um custo adicional para o uso do tal complemento à oferta vinda (?!) dos céus.

Portanto o nômade beduíno dos desertos d’África do Norte (e/ou do Oriente Próximo), que encontrou e carregou a dádiva (?!) vinda (?!) dos ‘céus’ por todo o deserto até o Oasis, faz o pagamento – destaque: com a sua única moeda – pelo uso do adendo tecnológico ao Califa proprietário do Oasis e de tudo que nele se encontra.

Ou seja, paga-se pelo uso da ‘energia elétrica’ para que a dádiva (?!) vinda (?!) dos céus funcione em sua plenitude máxima e gele as latinhas coloridas para aquele que até aqui só fez desgastar-se/trabalhar por esse possível prazer oferecido pela enigmática caixa colorida vinda (?!) dos céus....

E a luz/energia se fez ação, pois temos a máquina funcionando, as latinhas coloridas já estão geladas; e o nômade beduíno dos desertos d’Àfrica do Norte (e/ou do Oriente Próximo) ávido para saciar a sua curiosidade sobre está dádiva (?!) vinda (?!) dos céus.

Mais que dádiva (?!) vinda (?!) dos ‘céus’, que nada!!!

Vê-se, pois, que o nômade beduíno dos desertos d’Àfrica do Norte (e/ou do Oriente Próximo) foi tolhido de qualquer possibilidade de ação, é um ser manipulado nos seus desejos: é preciso mais ‘pagamento’, visto que a enigmática caixa colorida vinda (?!) dos ‘céus’ ainda se mantém inviolavelmente fechada. È necessário estimulá-la com moedas coloridas para que exponha seu útero ao nômade beduíno dos desertos d’Àfrica do Norte (e/ou do Oriente Próximo) ávido para saciar o seu prazer solitário!!

Ledo engano!!!

É necessário, agora, mais uma oferta para concretizar-se às dádivas (?!) ofertadas pelos ‘céus’... E só com mais esse gesto simbólico – oferta de mais moedas coloridas – abrir-se-á o código de fechamento e dar-se-á ‘luz/vida’ a uma ‘latinha gelada e colorida’, que é expelida de suas entranhas pela enigmática caixa colorida (vinda (?!) do ‘céu’).

Mas a última moeda fora gasta pelo nômade beduíno dos desertos d’Àfrica do Norte (e/ou do Oriente Próximo) na aquisição do adendo complementar – energia elétrica – na tarefa de gelar as latinhas coloridas...

Neste entrave apresentado só resta, pois, ao Califa (proprietário do Oasis e de tudo que nele se encontra, incluindo a energia elétrica) dispor pelo consumo próprio e/ou através de empréstimos pecuniários aos crentes/consumidores, de moedas coloridas e estimular à enigmática caixa colorida vinda (?!) dos ‘céus’ a expor o seu interior (útero) aos que desejam saciar o seu prazer solitário e cumpri-se, assim, a reprodução do capital por séculos e séculos de manipulação e alienação do esforço alheio em nome da transcendência do capital pelo consumo de coisinhas coloridas e desnecessárias!!!

# aos interessados pelo tema marketing, indicamos a leitura do livro A ERA DA MANIPULAÇÃO de Wilson Bryan Key, 2ª. Edição, São Paulo: Scritta (Editora Página Aberta Ltda.), 1996.

segunda-feira, 3 de março de 2008

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MEMÓRIA DE LUTA DOS TRABALHADORES:
CHACINA E VIOLÊNCIA POLICIAL, por Yuri


“Nas prisões infectas da Rua dos Gusmões apodrecem operários pelo crime de quererem a emancipação dos trabalhadores. O proletariado se agita com indignação contra as violências policiais.”

À cerca de 12 anos, respectivamente, em maio de 1996, a Executiva Nacional da CUT convoca a Greve geral para gerar empregos, salário, reforma agrária, e o fim da violência. Entre algumas das reivindicações estavam:

- Salário-mínimo de R$ 200,00 com reajustes semestrais até 2002; Depois aumento real de acordo com a variação do PIB ; Criação de comissão tripartite que atuaria junto à Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados para garantir o cumprimento da Política de Valorização Nacional do Salário mínimo.

A queda brutal do salário mínimo constitucional desde a sua criação, em 1940, decorre da utilização recorrente de uma política salarial de compressão do valor real do salário para a alavancagem do desenvolvimento econômico e industrial do país, bem como instrumento de combate à inflação desde os anos sessenta. A partir do final dos anos setenta, especialmente, a política do salário mínimo passou a ser a peça importante nos diversos e fracassados planos de estabilização o que, fatalmente, resultaram em perdas reais cada vez maiores e mais rápidas do seu poder de compra.

Solidariedade aos petroleiros punidos pela greve de 1995. Punidos pelos 32 dias de greve, os petroleiros enfrentam precarização e fechamento dos sindicatos, “uma afronta à democracia e desrespeito à organização dos trabalhadores”, dizia, o artigo, em destaque. E, solidariedade aos 19 trabalhadores sem-terra mortos por militares em Eldorado dos Carajás, no Pará, no dia 17, por volta das 17 horas. “Mais de 20 foram assassinados, deixando dezenas de feridos inclusive mulheres e crianças. ”

Redução da jornada para 40 hrs semanais; além de concessão de transporte gratuito, e suspensão do pagamento de água, luz e casa própria aos desempregados.

'O regime semi-fascista em que vivemos prende, deporta e sonega à justiça os presos sociais. O regime ”integralista” aspira redobrar essas violências, matando e torturando inquisitóriamente os seus adversários.' *Jornal A Plebe da Federação Operária de São Paulo de 1934

Bem, passaram-se os anos e a política não mudou muito. Se em 1995 tínhamos a armadilha dos juros altos e do câmbio valorizado; hoje, em 2008, é o impactante aumento no custo dos impostos que de alguma forma tentam se sustentar da classe trabalhadora.

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