segunda-feira, 8 de setembro de 2008

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Sr(a)s pacientes eleitores
por el_brujo



Anos de 2008, ano de eleições municipais e não se consegue distinguir uma diferença ideológica mensurável entre alhos nem bugalhos. Redundando isso tudo numa verdadeira sopa de letrinhas em que se mexe e remexe, mas não se consegue distingui os “ipisilones” (servidores geneticamente modificados) dos “alfas-numéricos” (mandatários culturalmente construídos nos corredores das instituições de ensino) na construção de um “admirável mundo novo” onde manda aquele que tem o poder e obedece quem tem o saber/ juízo[Aldous Huxley].

E lhes digo mais, que só “o mestre dos mestres” em sortilégios e outras tantas práticas adivinhatórias pode encontrar um ponto de referência plausível para uma análise mais pormenorizada dos imperceptíveis detalhes que separa o joio do trigo. Pois é o que é esta intrincada lengalenga que se consolidou anos após anos dos pleitos eleitorais, e recheada de politicagens e politiqueiros desejosos por um lugarzinho ao sol, isso próximo às estrelas candentes, pois a rotatividade está se tornando uma prática freqüente.

Já se foi o tempo, em que distinguíamos facilmente quando uma proposta se originava dos anseios sociais dos excluídos ou não, pois elas eram provenientes dos extratos sociais sem pertencimento... Além do quê, e também sem propriedades que lhes garantissem uma identidade e o reconhecimento enquanto um possível produtor ou consumidor, portanto indivíduos colocados à margem [marginalia] dos saberes e poderes criados nos ambientes asséptico da classe média, bem como dos seus espaços urbanos de lazer e sociabilização.

É o que temos hoje, ou seja um leque de candidatos que só se diferencia na cor das listas na camisa, pois estão sempre apresentando as mesmas propostas. E todas elas – as propostas – têm como princípio básico a perpetuação dos instrumentos engendrados pelos mecanismos de reprodução do capital.

São propostas que buscam o lucro fácil e desmedido, que hoje se viabiliza, com maior presteza no retorno do investimento, com projetos urbanísticos para a vida social das cidades com jeito e cheiro da classe média adestrada, consumista e colecionadora de souvenirs produzidos nos submundos de Hong-kong e cidades similares.

Portanto eles – os candidatos – só têm propostas para esse agrupamento social (classe média), característico nas suas especificidades de sociabilização, com as suas necessidades de isolamento individualista nas áreas de moradia e também nas de circulação viárias entre pólos de interesses múltiplos e de consumo. Reafirmando, assim, a psique de uma mente competitiva, bem como submissa aos desejos de acumulação de quinquilharias multicoloridas, mas sem nenhuma utilidade prática.

Mas voltando nossas observações aos ditames impostos pelo horário eleitoral, todos os candidatos prometem resolver os problemas estruturais da cidade, todos eles com as mesmas propostas alencadas em pleitos passados (trens, bondes elétricos, metrôs, catamarãs, etc), e provavelmente também, nos pleitos futuros. Pois não foram, e provavelmente não serão colocadas em prática para sanar qualquer problema existente hoje em nossas metrópoles tão desiguais.

Seja isso por qualquer um deles, que eleito pelo voto deste povo sem a menor consciência política do seu cotidiano de explorados cidadãos-trabalhadores por esse sistema do lucro fácil e dos mais espertos espertalhões chamados de cidadãos – que desde o berço são preparados para exercer eficazmente, e com prazer pessoal e intransferível, o papel de algoz de seu semelhante.

Uma pergunta, que se faz necessário neste momento, para entender como as coisas são conduzidas com o objetivo de deixar tudo como está e sem mexer um milímetro que seja naquilo que não deve ser mexido: os instrumentos de vigilância e controle dos possíveis desajustes não programados e, ou previstos pelos idealizadores desse sistema organizacional, vulgarmente reconhecido pelo seu lema, que é a oportunidades para todos os “iguais”: o capitalismo.

Depois de duas laudas e meia a pergunta que se coloca para a nossa análise é: vocês já pararam para refletir o porquê da pressão exercida com inúmeros mechendagens pelas instituições jurídicas do ESTADO, com a inestimável ajuda dos meios de comunicação/marketing, e isto em doses homeopáticas para não envenenar o eleitor-paciente, para que eles levem seu "voto" ordenadamente até aos mecanismos de vigilância, controle e adestramento?A resposta à essas questões, é sua, caríssimo eleitor. Mas se a dúvida o perseguir, não lute nem relute com o instinto de revolta que lhe acompanha:

vote nulo,
não sustente parasitas!!!

2 comentários:

Lucia disse...

VOTO NULO não existe mais!
­(16 de outubro de 2007)
Presidente do TRE-PB propõe mudança a respeito do voto nulo
http://agencia.tse.gov.br/sadAdmAgencia/noticiaSearch.do?acao=get&id=947229

(18 de outubro de 2007)
Voto nulo: proposta do TRE-PB é aprovada por unanimidade em evento nacional
http://tse.gov.br/sadAdmAgencia/noticiaSearch.do?acao=get&id=948225

O projeto:

A proposta da Justiça Eleitoral paraibana consiste na mudança da programação das urnas eletrônicas para que estas não aceitem mais números que não correspondam ao de um candidato ou de uma legenda. Atualmente, quando se digita um número que não está na programação da urna, o voto é computado como nulo. Com a modificação, quando for digitado um número inexistente a urna solicitará ao eleitor nova digitação. A única forma de anular o voto será escolher a tecla “branco”.

A alteração, segundo o desembargador Jorge Ribeiro, será bastante benéfica para a população: "o nosso objetivo é que a própria urna rejeite quando o eleitor digitar um número que não exista em sua programação. Muitas vezes o eleitor vota nulo por ignorância ou desatenção, ele não quer votar nulo, mas não acertou uma tecla e confirmou, aí não tem mais volta. Hoje já se leva a cola para cabine de votação e o processo vai evoluindo à medida que se passa. Não se admite mais que o eleitor perca seu voto por um erro material".

..."vamos debater e apresentar o projeto. Esperamos que seja aprovado e se converta em lei para que o eleitor, se tiver que optar pelo voto nulo, que aperte a tecla branco, que eqüivale a mesma coisa. A gente quer com isso evitar que o eleitor vote nulo, e sim manifeste seu desejo de votar, mas não podemos tirar do eleitor essa opção. Se ele vê que entre os candidatos, nenhum preenche seu perfil, a maneira como ele acha que se deve governar ou representar o povo, então vai ter apenas a opção da tecla branco.

ABSTENÇÃO JÁ !!!

BOICOTE AO VOTO !!!!!

Anônimo disse...

Vamos discutir eleições: voto, voto nulo, abstenção na pauta do seminário. Sugestão, afinal parece que vai ter segundo turno né...
Abraço. João

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