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CULPADOS OU INOCENTES ?, por Anderson Souza.
Quando consideramos algo fora do normal, temos a tendência de julgar alguém e condená-lo culpado pela suposta anormalidade. Quase sempre este alguém é o outro, quase nunca nós mesmos. Nos sentimos senhores da razão. Dizemos o que é certo e o que é errado. Ainda assim, contradizemos nossos próprios argumentos, pois nossas ações não correspondem aos nossos discursos.
Culpamos os políticos por serem corruptos, mas quando há uma oportunidade tiramos vantagem das outras pessoas. Não devolvemos o troco que recebemos a mais, não procuramos o dono de algum objeto encontrado na rua, subornamos para conseguir o que queremos, mentimos para não assumirmos que estamos enganados. Será que temos moral para criticar, julgar e condenar alguém?
Reivindicamos nossos direitos, mas além de ignorarmos os direitos dos nossos semelhantes, esquecemos que também temos deveres, e estes dificilmente são aceitos. Acredito na liberdade de escolha, mesmo quando essa escolha nos pareça imposta de alguma maneira, mas ainda assim podemos dizer sim ou não e arcarmos com as conseqüências. Religiosos dizem que Deus deu livre arbítrio aos homens, mas quando estes fazem alguma merda atribuem a culpa ao Diabo. Pobre coitado!
Há um ditado que diz: errar é humano, mas persistir no erro é burrice. Ao que me parece, somos tão humanos que nos bestializamos dia após dia. Passamos por cima da nossa própria segurança, mesmo quando temos condições de nos proteger de maneira legal. Por exemplo, se um pedestre for atropelado ao atravessar a rua fora da faixa de trânsito, de quem é a culpa? Nossa lei de trânsito proíbe dirigir sem cinto de segurança e agora o consumo de bebidas alcoólicas ao trafegar, tomando como principio a segurança para os ocupantes do veículo e a prevenção de acidentes nas estradas. Mas, é comum presenciarmos a irresponsabilidade do homem em combinações fatais. Mais uma vez pergunto de quem é a culpa?
Esta pergunta é feita diariamente ao apresentador Casemiro Neto no programa "Que Venha o Povo", mas ele brinca dizendo: "a culpa não é minha, mesmo". Claro que não somos particularmente culpados por tudo que acontece no mundo, porém não devemos nos desviar das nossas responsabilidades. Estamos em período eleitoral, alguns já escolheram seus candidatos, outros não sabem ainda em quem votar e há também aqueles que votarão nulo, mas no final das contas um acusará outro de ter feito uma escolha errada.
P.S.: Quero deixar claro que todos os exemplos dados não fazem parte de uma generalização de comportamento, mas por outro lado tais ações não deixam de ser as mais convencionais. O texto pode até parecer politicamente correto, contudo é mais correto dizer que, de um modo geral, nem eu nem você somos assim.
Um comentário:
Anderson, seu texto não é politicamente correto...é realista!!! Os exemplo muito bem dados....pois é, coitada da carapuça vai cansar de servir em tanta gente, como eu!!!
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