sexta-feira, 11 de julho de 2008

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CORPORATIONS: As verdadeiras donas do mundo, pois onde quer que estejamos lá está a marca registrada – em cartório, é bom que se faça esse registro aqui! – de uma dessas empresas. Como uma entidade mística que se apresenta onipresente, onisciente e onipotente controlando, manipulando e impondo ‘valores’ de comportamento e consumo aos pobres mortais teleguiados pelos informativos pasteurizados em um dos processadores de texto da microsoft ou de outra marca com similar capacidade de produção de valores condicionantes.

Comportamentos construídos a partir dos processos de ‘sugestão’ subliminar e oriundo dos laboratórios de marketing ideológico que consegue, quase que de imediato, acessar às mentes e corações. E lhes dizer de forma sub-reptícia que estão sós neste mundo – além de reafirmar que o outro não é mais o vosso irmão – e que não existe mais a possibilidade de acenderem o cachimbo da paz e se olharem nos olhos selando a cumplicidade milenar da boa e velha camaradagem da convivência social.

Pois, doravante e provavelmente, não mais se encontrarão, haja vista estarem perdidos nos labirintos (espaços virtualmente programados para tal atividade de entretenimento passional) de consumo de quinquilharias multicoloridos. Isso já perseguindo certos dizeres propagandísticos que propõe um documentário (registro) dessas mutações ideológicas, pois a realidade parece ficção e a ficção é pura realidade, portanto, se faz necessário neutralizar e controlar as resistências ao sistema que tudo sabe e que há tudo vê.

Recompondo os discursos e redirecionando as energias para o combate de mais esse instrumento do capitalismo – as corporações e sua influência perniciosa nas coisas públicas – devemos buscar na memória as energias das ações coletivas, que já tendiam para o buraco negro do esquecimento:

ABAIXO A DITADURA MIDIÁTICA...

Da memória trazemos não apenas o ufanismo das lutas, mas também as dores da certeza de que a dita, que era dura silenciava não apenas vozes não-passionais, mas pessoas e desejos por um mundo onde a distribuição das riquezas fosse mais equânime e não mero objeto de colecionadores encastelados por traz dos muros de excelências conceituais da racionalidade contemporânea.

Inscritos nos muros das cidades, escritos na calada da noite escura e fria, em um tempo que já começava a se perder na memória de antigos militantes. Busca-se uma nova roupagem, mas não se pode esquecer que é um desejo transcrito do mais íntimo anseio por liberdade, e que se concretiza na luta anti-capital e também contra suas variações gastronômicas de com muito ou pouco Estado político!!

Finalizamos esse passeio, que considero particularmente mnemônico, acrescentando algumas palavras de Noam Chomsky* sobre a idéia da luta política e as ações de seus tarefeiros embrenhados no quotidiano do pleno anonimato consciente: “A responsabilidade do escritor como um agente moral é tentar apresentar a verdade sobre assuntos de significância humana para um público que pode fazer alguma coisa a respeito. Isso é parte do que significa ser um agente moral ao invés de um monstro.”

*leiam Noam Chomsky – pensador anarquista e lingüista renomado da universidade de Massachusetts (MIT) –, pois é uma dessas poucas vozes que esse ouve quando se busca a não-conformidade, isto nos nossos tempos de modernidade pós-qualquer coisa... Digo isso, por acreditar ser bom para todo o conjunto social que ainda tenhamos esses posicionamentos não-conformes, pois já se faz ouvir nesse deserto [ausência] de rebeldias o som de um único mantra: sim, senhor! E é nesse espaço da obediência e submissão donde já se vislumbra o império do pensamento único, ou será que já podemos chamar de sentimento [aspiração, desejo] único...

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saber nunca é demais:
título: Propaganda Ideológica e Controle do Juízo Público;
autor: Noam Chomsky (lingüista, pensador, filósofo e anarquista) ;
tradução: Danielle Mendes Sales;
edição: Editora Achiamé (RJ);
endereço eletrônico: http://www.achiame.com/

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