segunda-feira, 9 de junho de 2008

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“para que não se possa abusar do poder é preciso que,
pela disposição das coisas, o poder freie o poder.”
Montesquieu

Quando as ‘verdades’ no ‘mundo do trabalho’ perdem o ponto de apoio – que é o seu antagônico, o movimento sindical combativo e organizado –, bambeia e tropeça numa realidade de exclusão doentia, que cheira ao absoluto estado de pobreza. Algumas perguntas se fazem necessárias para que novas trilhas sejam abertas...

Pois elas – as perguntas – não querem e não vão se calar diante dos consensos conscientemente fabricados, isso em meio aos descalabros ideológicos de que lá – no ‘mundo do trabalho’ - reina um equilíbrio sadio e emocionalmente estável entre as partes antagônicas nas relações de trabalho, que estão envolvidas no ato de transformação laboral.

Buscam também – elas, as perguntas –, significados palpáveis e aplicáveis ao seu tempo, este tempo daqui e não o que passou ou virá. Tempo este que é meu, teu e nosso, pois se trata do nosso cotidiano e, queiramos ou não, é nele que estamos inseridos socialmente. E até inclui a cultura do consumo de coisas multicoloridas e utilidade duvidosa, mas estão relacionadas com o processo produtivo gerador de riquezas.

Cotidiano este em que estão adestrando pessoas para ambientes asséptico, frios e de risos mecânicos: criando os rostos “blazer” sem personalidade ou vontade própria, meramente utilitaristas. Pouco lhes importando o que tem diante dos olhos: seja a atroz dúvida de escolher uma determinada cor para um par de sapatos ou os problemas que afligem a sociedade humana de hoje, ontem e de sempre até quando perdurar o capitalismo, ou seja a geração de riqueza diretamente associada à destruição ambiental e a exclusão social. Isso para simplesmente auferir mais lucros para uma seletíssima parcela da sociedade, os que cumulam riquezas que nunca conseguirão gastá-las enquanto vida tiver.

Perduram os problemas para viabilizar uma solução libertária, tais quais: o da inserção social com pão, tesão e autogestão; controle pelos próprios trabalhadores dos processos de transformação das matérias primas; e o impedimento urgente e imediato da destruição sem piedade, que por hora indica para a impossibilidade de uma futura auto-regeneração, do meio ambiente como um todo.

Perguntas, especulações e dúvidas:

Você sabe o significado da palavra greve; qual a sua utilidade nas relações entre o capital verso trabalho; e a sua finalidade na construção de uma sociedade, que hoje é eufemisticamente chamada de ”mais justa”, mas que em realidade tratar-se-ia de uma sociedade de tipo socialista,onde o controle do processo produtivo – gerador de riquezas – muda das mãos do patrão e seus gestores para as mãos dos trabalhadores em geral?

Você sabe organizar uma greve; convocar uma assembléia geral; estabelecer os objetivos; respeitar e garantir o exercício das ‘falas’ dos seus companheiros, exemplo: ouvindo-os durante o seu tempo de ‘falação’; você sabe encaminhar as diretrizes coletivamente selecionadas durante o processo de acordos pontuais entre os trabalhadores no processo de construção da luta contra o patrão?

Você já fez – participou – de uma greve; qual o objetivo principal desta greve em particular; e a qual foi a sua motivação individual e/ ou pessoal nela; lembra-se da sua ultima greve, convocada pelo órgão de classe ou não; e qual os “ganhos” ou “prejuízos” imediatos?

Você acredita que uma greve pode garantir uma melhor condição de trabalho (ruído a um nível tolerável, uma concentração aceitável de partículas sólidas em suspensão etc); redução da jornada de trabalho; salário mais digno aos assalariados de menor qualificação técnica; investimento direto nas ações de prevenção e manutenção da saúde do trabalhador e seus agregados; e outras vantagens não-econômicas?

Você se considera um trabalhador... e participaria deste tipo de atividade reivindicativa (greve), em que o objetivo principal seria os profissionais de menor qualificação técnica, maior atividade física laboral e, por conseguinte, de menor remuneração de valor financeiro no produto final, que compõe o conjunto geral da economia?

Perguntas sem objetivos imediatos, bem o sei, mas que poderia abrir um amplo leque de discussões sobre ‘o mundo do trabalho’ contemporâneo e seus desdobramento para uma cultura de companheirismo e solidariedade entre os vários matizes do que hoje se pode denominar como o trabalhador!

OPINE,
TRAGA SUAS IMPRESSÕES e
ESCREVA!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito boas as considerações do texto.
Hoje uma greve numa empresa privada é muito difícil de acontecer, devido a baixa empregabilidade existente hoje em dia. A possibilidade de ser despedido mina a coragem em participar de uma greve até as últimas consequências.

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