sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

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O que é bom para o país ?, por Carlos Baqueiro



Antes de tudo precisamos definir o que seja um país.

No Aurélio país é um território habitado por uma coletividade, e que constitui uma realidade histórica e geográfica com designação própria. Ou de um ponto de vista jurídico, é o conjunto formado de povo e território.

Para mim, no fim das contas, país é um lugar onde vivem os homens, mulheres, crianças, brancos, negros, novos, velhos, pobres, ricos, etc... com todos os conflitos inerentes a toda complexidade derivada de sua própria formação.

Mas aqueles conflitos não são sempre visíveis, nem afloram a superfície, onde possamos observar com facilidade. Mas, com certeza, podemos encontrar aqueles conflitos prestando mais atenção ao que se diz na grande mídia.

Ontem, no Jornal Hoje, da Rede Globo, uma das matérias abordava os feriados que ocorrerão neste ano de 2008. Alguns deles, 7 de setembro, por exemplo, caem em fins de semana.

Entrevistando-se um casal de amigos, inicialmente, mostra-se como eles ficaram tristes com a informação. Em 2007 haviam viajado bastante com os feriados, e trabalhado menos, obviamente. E a partir daí começa-se a perceber a ideologia da notícia. O jornalista responsável pela matéria aparece e explica que a diminuição dos feriados pode não ser bom para aquele casal, mas vai ser bom para o país.

Um empresário confirma o que o jornalista já havia dito. E o jornalista, claro, vai mostrando com números de perdas de produção e de grana, o porque da desvantagem em se ter tantos feriados.

Então, para um país, é bom que o povo se desgrace trabalhando durante toda a vida, sem feriados, sem cafezinho, sem conversa, sem descanso... pois o que for bom para o país será bom para povo (o país não é formado pelo povo também ?)...

Conversa para boi dormir... jornalismozinho desavergonhado...

Cuidado com o que vê e com o que ouve nas TVs... e também nos jornais impressos e em toda essa tal de grande mídia... pois nunca se fez, nem se fará nunca, jornalismo neutro e objetivo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Pois é Baqueiro. Na faculdade o discurso de imparcialidade no jornalismo nunca me convenceu. Pois, bastava ler, ouvir ou assitir os conteúdos publicados nas grandes mídias para perceber que tudo não passa de ilusão. Realmente o país é formado pelo povo, mas para empresários e governo (que na maioria das vezes é um só) o único direito que o povo tem é de aceitar e não reclamar.

Jadiel disse...

O pior de tudo é ver alguns proletários reproduzindo o discurso hegemônico, admitindo que os feriados são ruins para a economia, que preferem trabalhar, blá blá blá...

Há quem sinta orgulho do jugo que carrega... Paciência!

Anônimo disse...

temos de ter grande atenção para às notícias, pois, em sua maoria, são tendenciosas e com grandes interesses de outras pessoas.

Unknown disse...

Principalmente as pessoas mais antigas se orgulham do trabalho, tenho exemplos claros disso na minha própria casa (e quem não tem..), mas temos que ver que pelo menos hoje em dia estão começando a descobrir que o trabalho não é tão bom quanto pensam, antigamente qualquer ideia de não ao trabalho era muito mal aceita pela sociedade, temos o exemplo do Bertrand Russel, em seu texto O Elogio ao ócio, ele deixa claro como as pessoas não aceitavam isso em sua época, já hoje o público em geral continua acreditando que o país é feito de números, mas temos muito mais gente que aceita o ponto de vista de cada um, pelo menos isso cresceu com tempo. Tenho esperança de que as pessoas não demorem muito tempo para descobrirem que todo esse trabalho não é necessário e só torna suas vidas cansativas e insignificantes.

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