segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

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O Discurso da Grande Imprensa



Em um trabalho sobre a Greve dos Petroleiros de 1995, que serviu de Monografia Final que fiz para o Curso de História Social da Universidade Católica do Salvador, um dos capítulos falava do Discurso da Grande Imprensa durante aquela greve.

Trouxe hoje aqui para o blog um trecho do capítulo. No próximo post anexo mais um pequeno trecho.

"Não é objetivo deste trabalho comprovar nenhuma 'teoria da conspiração', onde as elites dominantes criam e manipulam a mídia ao seu bel prazer contra as classes trabalhadoras.

Mas um trabalho que objetiva apresentar um discurso da mídia serve, no mínimo, para que possamos compreender certos aspectos que envolvem a natureza dos meios de comunicação de massa, particularmente a imprensa, como, por exemplo, sua influência sobre a população (incluindo aqui os próprios trabalhadores em greve), como formadora de opinião.

A existência daquelas mídias como mecanismo de difusão ideológica é esclarecida por Pierre Ansart:

'De fato, uma ideologia pouco sistemática será incessantemente difundida por esses grandes mediadores dos significantes políticos, ideologia conforme a estrutura da propriedade, incitando à conformidade com a ordem estabelecida e a ver a política como um espetáculo pouco sério'(1).

Aquela imprensa se encontra lado a lado

'daqueles estratos dominantes, cujos interesses encontram-se servidos por modelos ideológicos mais bem armados que os outros, [e que] geralmente dão-se ao luxo, na medida em que sua superioridade material lhes parece mais segura, de encorajar as inovações no campo da estética e da moda. Contudo, no fundo delas próprias, mostram-se atentas a se defender contra todas as mudanças menos superficiais que poderiam vir a colocar em questão os poderes e vantagens que detêm'(2).

É possível evidenciar as posições acima descritas, por parte de quem domina a sociedade que vivemos, a partir da compreensão do que fez a imprensa durante a greve dos petroleiros de 1995.

Ali podemos compreender como as contradições e embates estão, e muito, vivos ainda na nossa sociedade. E o quanto a mídia deixa de ser apenas um meio poderoso de criar e circular informação, e tende a tornar-se um poder transformador de reestruturação dos espaços de interação(3)".

[1] ANSART, Pierre. Ideologias, Conflitos e Poder. Zahar. RJ. 1978. Pg. 86/87.

[2] DUBY, Georges. História Social e Ideologias das Sociedades. In LE GOFF, Jacques (org.). História : Novos Problemas. Francisco Alves. RJ. 1979. Pg. 133.

[3] MEDRADO, Benedito. Textos em Cena: A Mídia como Prática Discursiva. In SPINK, Mary Jane (Org.). Práticas Discursivas e Produção de Sentidos no Cotidiano. Cortez. São Paulo. 2000. Pág 247.

Um comentário:

Anônimo disse...

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