sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

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Não esquecer o passado...



Vivemos em um período revolucionário. Bem mais que outros. As revoluções até agora pareciam ocorrer em décadas (econômicas), até séculos (mentais). As coisas agora mudam completamente em anos, e até meses. Algumas pesquisas que andam por aí em revistas científicas refutam hoje o que acreditavam a algumas edições atrás.

Estamos em um mundo complicado de se entender, e de sobreviver. O ser humano criou uma sociedade que parece estar a serviço de uma minoria. E é esta minoria que detêm hoje a matéria-prima fundamental à existência dentro desta sociedade: a informação. Nos Estados Unidos, em 1983, cinqüenta corporações controlavam 50% das empresas de comunicação do país, enquanto em 2004 o número de corporações controladoras do mesmo percentual de empresas se reduziu para apenas cinco, conforme encontrado no livro Blog: Entenda a Revolução, de Hugh Hewitt.

Mesmo dentro da Internet, os grandes portais abocanham a maior parte da audiência, enquanto o status de pobreza destitui boa parte da população do seu uso, como deduz Patrícia Diniz Santos, em seu artigo Mídia digital: dos princípios da liberdade à democracia ilusória:

"Como aconteceu com a televisão, progressivamente, o capitalismo se encarrega de excluir ou marginalizar os espaços que contrariem as normas comerciais. Através de portais, banners, ou sistemas de busca que direcionam as preferências. Essa é uma previsão que não pode ser descartada... A existência de sociedades democráticas não estará assegurada a partir do nascimento de nenhum meio, mas sim com o surgimento de conquistas coletivas e na distribuição igualitária dos conteúdos informacionais".

É pensando assim, e tentando retirar daquela minoria parte de seu poder, conseguido através da informação e do poder financeiro, que poderemos vislumbrar um mundo sem tantas diferenças econômicas e sociais.

Uma das possibilidades que temos para concretizar esta meta é através do reviver das histórias, normalmente esquecidas, de homens e mulheres que lutaram contra qualquer tipo de autoritarismo.

O professor Daniel James revela sua preocupação em preservar esse tipo de memória social “dos oprimidos”. Até como forma de impedir uma perda coletiva de memória e tradição em uma conjuntura de reestruturação econômica e política tão perversa. E como referência a isto nos fala de um importante movimento de bases populares na Argentina, ocorrido em 1969:

"... no ano passado na Argentina, um sindicalista disse-me que a maioria dos trabalhadores na sua empresa já não tinha a mais vaga idéia sobre o que o Cordobazo , tinha realmente sido. O Cordobazo havia se tornado um nome, uma forma vazia de conteúdo. A necessidade de fazer frente a essa sorte de amnésia parece evidente".

Um comentário:

Anônimo disse...

o que foi, foi... não voltará a ser

a conseqüência desta leitura tem relação direta em nossa pespectiva para o futuro.

visto que nada sedimenta ou cria raizes, pois estamos em estado perpétuo de agitação...

como separar o joio do trigo, eis a questão que se impõem para as nossas vidinhas de eternos plugados no mundo dos quinze minutos de fama!!!!

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