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Segundo o aforismo de Albert Camus: “Eu me revolto, logo, existimos”.
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Um dentre mil e um e-mail(s) recebidos, destaco um que fora enviado por um dileto amigo das terras das lamparinas/candeias. E nele, o e-mail, se contava uma história sobre um ‘tolo’ que sempre apanhava para si uma moeda de menor valor venal e de maior valor volumétrico, sempre que era estimulado a escolher entre a maior ou a de menor tamanho.
Parco numerário que era ofertado por um grupo de ‘espertos’ cidadãos, que sem ter o que fazer para preencher o tempo de ociosidade – após a justa jornada de trabalho – buscava uma motivação para humilhar e se rir do ‘tolo’ e da sua opção, pois não compreendia a sua escolha: optar sempre pela moeda de menor valor monetário.
Estigmatizado, o tolo em questão, tentava tirar proveito de todas as situações que lhe apresentam como desfavorável e ganhava assim, diariamente um valor necessário para a sua manutenção mínima. Isto sem está diretamente inserido no mundo do trabalho como assalariado e sem mostrar a sua inteligência peculiar e particular de raciocínio rápido: uma moeda de menor valor mas recebida diariamente, à uma moeda de maior valor uma única vez.
Podemos, por escolha individual e intransferível, romper com essa dicotomia que a cultura competitiva do capitalismo pequeno-burguês tenta nos impor. E que se potencializa nas relações entre as pessoas, que tentam reproduzir esses valores ideológicos tentando subjugar àqueles que estão inferiorizados nos estratos sociais e econômicos, ou seja, os ditos incapazes – ‘os tolos’, os velhos, os gordos, os feios, etc - para o sistema produtivo de feição capitalista (menor investimento e maior retorno de capital: exploração, mas eufemisticamente chamado de lucro).
E, também, re_produtivo da hierarquia inter-pessoal, da disciplina alienante, da planificação da vida, etc. Já nos indicava o filosofo franco-argelino Albert Camus, que REVOLTAR-SE é o primeiro passo para a consciência de nossa situação de alienado e explorado por esse sistema econômico...
Eis a possibilidade de um caminho (REVOLTAR-SE), que pode ser compartilhado e trilhado coletivamente: façamos coisas novas, diferentes e que não façam parte da engrenagem produtivista de mais e mais chaminés fumegantes. Engrenagem, almejadas pelos pequeno-burgueses capitalistas, que só tem como meta, objetivo e perspectiva o fazer de um tudo visando o lucro e o acúmulo de capitais.
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Mas um alerta se faz sempre necessário, pois não se pode viver eternamente incólume diante da opção que só tem o ‘fazer’ e o ‘ter’ com uma norma inquestionável para o ‘ser’. Sejamos 'sapiens', 'tecnológicos' e preferencialmente humanos na nossa existência cotidiana !!!
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Um comentário:
Amigo Bruxxo. Sempre contundente nas análise e convites. Não tenho dúvidas de que você é um exemplo do revoltar-se.
Cuide-se amigo.
João
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