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Com atraso de alguns anos, já está nas livrarias o livro de Joel Bakan, com tradução de Camila Werner, pela Editora Novo Conceito. Este mesmo livro serviu de base para que o Bakan escrevesse o roteiro de um filme polêmico de mesmo nome: A Corporação. E que nas palavras do diretor do filme-documentário (Mark Achbar) se traduz como uma leitura não ortodoxa do “impacto da globalização e como as grandes corporações estão assumindo os papéis que eram dos Governos.”
Assistam e leiam ou leiam e assistam, pois o tema é crucial para o entendimento de temas vitais para a nossa sociedade como um todo. Principalmente nestes tempos de efeito estufa com o seu conseqüente aquecimento global; crises nos mercados imobiliários norte-americano com bancos fechando seus balanços em vermelho; controle dos hidrocarbonetos na América Latina e no mundo Árabe e as ‘novas’ fontes de energias alternativas nas mãos de países emergentes; narcotráfico e suas guerrinhas particulares de mero controle comercial de territórios; posse internacional dos mananciais de água potável e aprisionamento de carbono in natura (florestas), etc.
Eu, em particular, acompanho sempre os esforços hercúleos que fazem os cientistas políticos, pouco importando se o seu matiz acadêmico for advocacia tributarista, ou passando por psicólogo do trabalho até astrofísico temente a deus. São tantas as inglórias tentativas de tentar ‘dourar a pílula’ e transformar em ‘cordeirinho de presépio’ este sistema econômico – o capitalismo – sanguinário no trato com a natureza (o meio ambiente) e as pessoas envolvidas no seu processo expansionista de desenvolvimento.
Para situar bem as minhas observações, faço logo uma ressalva de que os meus olhos se direcionam para os trabalhadores, e em particular, os com um menor grau de qualificação técnica, pois continuam sendo a grande maioria e os mais prejudicados. Ou seja, os mais expropriados na sanha doentia de se extrair o máximo de rendimento contábil (lucro) com o mínimo de investimento financeiro nesses processos produtivos espalhados pelo mundo e em vários campos das atividades humana.
Mesmo que estejam eles – os projetos produtivos – sendo gerenciados pelo capitalismo privado ou estatal a maior parte dos problemas decorrentes destas gestões sempre levam de roldão – para o fundo do poço – os despossuídos, ou seja os de menor poder aquisitivo, pois o objetivo básico é garantir resultados estratosféricos para o mesmo grupo gestor.
Portanto, agências reguladoras tem pouca ou nenhuma ‘força’ de controle e ou fiscalização, pois o capitalismo é motivado pela ganância individual e, ou coletiva de um pequeno grupo, que busca a própria segregação da coletividade. Rompendo, assim, os laços humanitários, comunitários e afirmando e re-afirmando o seu poder sobre todos os excluídos do processo acumulativo de riquezas.
Portanto, a pergunta que faço é: qual a importância que tem a cor da cueca do meu carrasco, se o brilho da lâmina nos embaça os olhos ?
quarta-feira, 28 de maio de 2008
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Um comentário:
Desde idos de 1970 Ivan Illich vinha afirmando que a crise energética não era bem aquilo que pintavam nem os neoliberais (leia-se capitalistas) de hoje nem os social-democratas-desenvolvimentistas também de hoje.
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