
O tema da reestruturação econômica e industrial está cada dia mais presente no debate das relações internacionais. Como, por exemplo, harmonizar a economia internacional, ou seja, sem um país "levar vantagem" sobre outro, com a globalização da economia de um mundo de várias culturas? Como conviver pacificamente com culturas de homens para os quais o trabalho é um prazer, como no Japão, e outras culturas onde o trabalho, principalmente manual, é um mal necessário ? Isto em termos mundiais.
Em termos nacionais o maior problema, me parece, é a consciência empresarial conservadora, que vê o lucro imediato acima de quaisquer outras variáveis dentro do processo produtivo. Este fenômeno provoca diversos efeitos desastrosos, pois a redução de custos para aumento do lucro se dá sempre em função ou da demissão do trabalhador ou do arrocho salarial. A terceirização tem assim no Brasil, talvez diferentemente de outros países, uma simples função. Redução de custos.
Isto analisado estatisticamente seria bastante "científico". Por exemplo, a empresa 'A' terceirizou e teve um lucro líquido de 'X' milhões, enquanto a empresa 'B', que não tercerizou, obteve um lucro de 'X-1" milhões. Está claro que a terceirização diminui os custos.
O que não está claro é com que efeitos. Ou melhor dizendo, não está muito claro para nós acadêmicos, que não nos debruçamos sobre a fábrica ou a oficina terceirizadas para observar os efeitos desastrosos a que são submetidas as vidas dos trabalhadores. Estes sim conhecem o significado prático do que seja a terceirização. Baixos salários, alta periculosidade, insuficiência alimentar, doenças ocupacionais, etc.
Estes efeitos, os trabalhadores das empresas que prestam serviços (conhecidas significativamente como "gatas") conhecem porque convivem diariamente, semanalmente, anualmente, "pulando" de uma empresa para outra, numa altíssima rotatividade, quase sem direitos trabalhistas. A ignorância do trabalhador, o seu medo de participar de protestos, ou mesmo greves, são as bases de que se utiliza o empresário para manter este tipo de atitude contra os próprios trabalhadores.
Nós, estudantes, universitários, historiadores, enfim, todos os trabalhadores, devemos entender este processo a partir do interior do campo analisado, difundindo nosso conhecimento etno-histórico, pois "nada mudará a sociedade se os mecanismos de poder que funcionam fora, abaixo e ao lado dos aparelhos de Estado a um nível muito mais elementar, cotidiano, não forem mudados" (FOUCAULT, Michel; Microfísica do Poder; Graal; 1992).
Obs.: Mais informações e um artigo sobre terceirização em: http://www.geocities.com/appl-bahia/operario.html
Em termos nacionais o maior problema, me parece, é a consciência empresarial conservadora, que vê o lucro imediato acima de quaisquer outras variáveis dentro do processo produtivo. Este fenômeno provoca diversos efeitos desastrosos, pois a redução de custos para aumento do lucro se dá sempre em função ou da demissão do trabalhador ou do arrocho salarial. A terceirização tem assim no Brasil, talvez diferentemente de outros países, uma simples função. Redução de custos.
Isto analisado estatisticamente seria bastante "científico". Por exemplo, a empresa 'A' terceirizou e teve um lucro líquido de 'X' milhões, enquanto a empresa 'B', que não tercerizou, obteve um lucro de 'X-1" milhões. Está claro que a terceirização diminui os custos.
O que não está claro é com que efeitos. Ou melhor dizendo, não está muito claro para nós acadêmicos, que não nos debruçamos sobre a fábrica ou a oficina terceirizadas para observar os efeitos desastrosos a que são submetidas as vidas dos trabalhadores. Estes sim conhecem o significado prático do que seja a terceirização. Baixos salários, alta periculosidade, insuficiência alimentar, doenças ocupacionais, etc.
Estes efeitos, os trabalhadores das empresas que prestam serviços (conhecidas significativamente como "gatas") conhecem porque convivem diariamente, semanalmente, anualmente, "pulando" de uma empresa para outra, numa altíssima rotatividade, quase sem direitos trabalhistas. A ignorância do trabalhador, o seu medo de participar de protestos, ou mesmo greves, são as bases de que se utiliza o empresário para manter este tipo de atitude contra os próprios trabalhadores.
Nós, estudantes, universitários, historiadores, enfim, todos os trabalhadores, devemos entender este processo a partir do interior do campo analisado, difundindo nosso conhecimento etno-histórico, pois "nada mudará a sociedade se os mecanismos de poder que funcionam fora, abaixo e ao lado dos aparelhos de Estado a um nível muito mais elementar, cotidiano, não forem mudados" (FOUCAULT, Michel; Microfísica do Poder; Graal; 1992).
Obs.: Mais informações e um artigo sobre terceirização em: http://www.geocities.com/appl-bahia/operario.html
6 comentários:
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a 'peão_zada' têm uma pergunta socrática para essa situação narrada pelo eminente articulista:
“o que é que você escolhe dá o cú ou ficar cego?”
Ass.: kyz
nós devemos diz Foucault, “lutar contra as formas de poder exatamente onde ele é, ao mesmo tempo, o objeto e o instrumento: na ordem do saber, da “verdade”, da consciência, do discurso.(Microfísica do Poder,1979, p.71)
temos q fazer essas informações chegar ate o trabalhador se naum ficamos aqui somente analizando...temos q fazer alguma coisa.
No Japão, a cultura corporativa inclui sim, trabalhadores, todavia, de um modo totalmente alheio á autogestão do indivíduo e totalmente dentro da autogestão da identidade corporativa da companhia.
Exemplo:
Todos os empregados têm a opção de contribuir na empresa e ganhar os devidos dividendos a posteriori, desde que invista parte deseu salário
durante um período longo, digamos,
uma década.
Todos sabemos, que algo semelhante a exame livre ou coisaque o valeria, apenas está disponível para alto escalão da hierarquia,o que não quer dizer que a cultura nipônica seja melhor ouu pior do que qualquer outra cultura...
Não vai nenhuma crítica nesse comentário, apenas uma observação.
Interessante vc tocar no ponto dos que estão "à parte" do processo produtivo ou até mesmo dos que estão em uma sala muitas vezes bastante confortável esboçando o futuro dos outros ou dele mesmo e incluindo os demais...Verdades o que disse...Na linha de produção de uma fábrica de pneus aqui de Feira de Santana onde trabalhei, a solução deles foi terceirizar o setor de Acabamento Final, pois realmente "acabava" com muitos funcionários pela rotina: 12hs/dia, 0:40 min/refeição, 0:20/lanche...e o resto do tempo "batendo pneu", isso mermo! Alimentando manualmente, máquinas com pneus de pesoentre 25Kg - 50Kg...Resultado: A cada 4 meses um ou mais com lesões na coluna vertebral, digo, Hérnia de Disco dentre outras e eu um deles. Sindicato de profissionais...Médico trabalhista omisso e fraudulento...E nõs "Peões" nessa situação que o camarada referiu acima: Ou dar o cú ou ficar cego!!!!!
Terceirizar foi a solução desta empresa pois haja visto o "prejuízo" em idenizações e perda de "produtividade"...
Correr campo pra ver e sentir o que realmente é necessário...Mas que esse correr não resulte tão somente em uma tese de alguma porra pra Universidade, ou , não, pra envolver o "militante" em um "canudinho" bonitinho...Ou sevir de argumento futuro pra impedir seus próprios filhos de se envolver nessas questões dizendo assim: Eu já fui Hippie, beatnick, tinha o símbolo da paz dipendurado no pescoço!Argh!
*Mindox - Cidadão do Mundo, Fí de Santo.
**Lembrando que esses Peões lesionados estão na faixa etária entre 20 e 28 anos. Algo quase que impossível de acontecer - Uma lesão na coluna vertebral - com essa idade...Lembro-me bem do Ortopedista me dizer que a perda normal do líquido do disco da vertebra, o que resulta na Hérnia de disco, começa aos 30 anos em diante mesmo assim uma perda mínima , algo que não resultaria em hérnias.
Grande benefício no que diz respeito à terceirização é a responsabilidade da empresa tomadora quanto aos direitos trabalhistas do prestador, que é apenas subsidiária, ou seja, só responde se a Terceirizada não puder responder...Isso evita boa parte das reclamações trabalhistas que poderiam ser intentadas contra ela!
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