quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

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CÓDIGO DE BARRAS, por Anderson Souza.
Muitos recusam, poucos resistem, mas a verdade é que estamos todos sujeitos a um violento confronto tecnológico-humano ou, respectivamente, entre Deus e a máquina. A tecnologia se tornou Deus: onipotente, onisciente e onipresente. O homem se tornou máquina: aceita, produz e consome. E olhe que o homem, por algum tempo, se considerou Deus, sentia-se capaz de controlar a tecnologia, como se esta fosse apenas um conjunto de simples instrumentos mecânicos. Ordem de loucos, fanáticos e imbecis.

A busca do que pelo menos poderiam ter sido os avanços tecnológicos (a evolução dos recursos gerados em vista do desenvolvimento igualitário dos homens entre si e a natureza), seguiu a via da construção de um mundo virtual e eternamente belo. Após confrontarmos a realidade poderemos ver o terror social no qual vivemos.

Somos cada um de nós identificados e classificados em diferentes camadas e grupos da população por números e símbolos. Não há senso de justiça. Quem detém poder financeiro, mantém o domínio, propagando seus discursos nos canais de melhor precisão e maior impacto, ou seja, a burguesia obtém as redes de tecnologia e comunicação. A mídia nos empurra atrações, impõe condições e estabelece rotinas, veicula programas e produtos com o propósito de manter o pensamento arcaico em circulação, na tentativa de não deixar que os comportamentos sejam alterados. Além, é claro, de captar mentes jovens para torná-las, psicologicamente, fracas e ignorantes. Teleguiando a massa, anseia garantir a cota do dia satisfazendo o público alvo e atraindo um público em potencial.

Não quero assustá-los com meu texto levemente apocalíptico (talvez, tenha pendido minha linha de raciocínio, um pouco, para o lado que considero sombrio na humanidade). Mesmo assim, não desperdiço uma oportunidade de questionar a realidade, quase sempre caótica, que nos rodeia. Eis que então, não mais permaneceremos inertes e submissos a um sistema, visivelmente falido.

Nossa luta diária deve seguir de encontro ao costume dos que trabalham para criar uma maneira eficaz de gerenciar nossas vidas. Que não nos façam de bonecos, marionetes, seres animados, impulsionados pela mão da ganância, levados a obedecer e agradecer por ainda estarmos vivos. Não podemos deixar nos algemarem com leis obsoletas, aquelas que funcionam quando se pode pagar para ser absolvido.
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Não somos escravos, somos livres. Pelo menos, para decidir levantar ou baixar a cabeça.

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