quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

______________________________

Há Cena Rock na Bahia ?, por Anderson Souza



Este é nosso primeiro post audiovisual.

A reportagem foi produzida por Anderson Souza, com edição de vídeo de Carlos Baqueiro.

Confiram, e comentem !!!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

TV ligada..., por El Brujo


Fonte: esquilomorto.wordpress.com/2007/01/20/um-ser-estranho/

Instrumento de ‘formatação’ (e também de de_formação) dos comportamentos pós-quaisquer coisas... Ou seja, os eternos consumidores de drogas ‘legais’: ‘nóis os ligadões’ em imagens midiáticas que fluem de forma intermitentemente pulsante até as nossas retinas.

Imagens subliminares que se fixam em nossa massa cefálica – como os crustáceos do velho mundo em expansão territorial se fixavam nos cascos das caravelas ‘colonizadoras’ – a singrar nos labirintos multicoloridos do bicho-papão transvertido em fornecedor, e em busca do consumo de quinquilharias anestesiantes.

E também, sub-repticiamente, divulgando às ‘boas novas’ (não tão novas e nem tão boas assim) do mais perene e resistente sistema de trocas: consumir para sobreviver e sobreviver para consumir. Vulgarmente chamado de globalização capitalista.

Através da ‘TV ligada...’ temos:

  • a formatação ideológica de consumidores tenazes e subservientes aos padrões forjados nos cômodos (família, igreja, escola, trabalho, etc...) da casa do pensamento único: sociedade;

  • além disto, a divulgação da normatização de um sistema gerencial verticalizado em suas diversas hierarquias organizacionais (exemplo: pai, mãe, filhos e a doméstica que tudo vê e nada entende das cotidianidades familiares): ‘modus vivendis’ e;

  • também a auto-reprodução deste sistema, que se expande como à miséria nas periferias das cidades de médio e grande porte deste nosso Brasil varonil. Ocupando, assim, todos os espaços vivenciais desta nossa sanguinolenta sociedade patriarcal.

Escapar desta sociedade se faz necessário... Portanto o caminho vislumbrado é construir/re-construir a tão propalada liberdade do homem/mulher livres... Livres desta atrofia político-cultural de consumidores apalermadamente estagnados diante da eterna ‘jovialidade’ da ‘dama platinada’: a TV Digital !!!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

______________________________

AÇUCENAS & GUERNICAS, por El Brujo



O grande poeta espanhol Federico García Lorca (1898/1936) nos dizia que:

"O teatro é um dos mais expressivos e úteis instrumentos para a construção de um país, barômetro que marca a sua grandeza e sua decadência."

Ele obviamente sinalizava, com sua perspicácia de dramaturgo, que só:

"Um teatro sensível e bem orientado pode mudar em poucos anos a sensibilidade do povo..."

Vislumbrava, também, que:

"um teatro arruinado pode degradar e adormecer uma nação inteira."

Visto que a sua preocupação, naquele momento, era que o pior aflorasse, como erva daninha, sobre o solo da velha Europa e do novo Mundo:

"Neste momento dramático [stalin/mussuline/gal. franco/hitler/vargas/perón/etc] do mundo o artista deve chorar e rir com seu povo."

E ciente da importância, bem como da necessidade de uma resistência revolucionária contra os caminhos totalitários iniciados nos primeiros anos do século XX, conclamava – ele, o Lorca – à todos para posicionar-se diante do avanço das forças retrógadas do capitalismo:

"É preciso deixar de lado as açucenas e enfiar-se na lama até a cintura para ajudar aos que procuram as açucenas."

E, assim como nós do mídia rebelde, o poeta ansiosamente sonhava:

"Particularmente eu tenho a ânsia de me comunicar com os outros. Por isso bati às portas do teatro [e nós no mídia rebelde] e ao teatro consagro toda a minha sensibilidade".


Em Espanha as ervas daninhas ocuparam todos os espaços... e a poesia. a liberdade e o socialismo libertário foram condenados à morte por artefatos reluzentes e barulhentos solicitados pelo ‘gal. franco’. E enviados pelo ‘cabo hirtler’ nas asas de açucenas transfiguradas em aves de rapina.... O resto da história, espero eu, vocês já conhecem: GUERNICA pintada por Picasso, mas em realidade uma obra de arte macabra realiza pelos nazistas alemães!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

______________________________

A televisão como agente transformador social e cultural, por Vanessa Costa



Como eu disse há duas semanas atrás ao colega neste blog, Carlos Baqueiro, eu queria escrever sobre o jornalismo na TV baiana. Como jornalistas, é necessário refletir sobre que tipo de jornalismo buscamos fazer, ainda mais quando recém-formados.

A TV surgiu na Bahia há 48 anos atrás, em uma sociedade tradicional, decadente, época em que a urbanização e industrialização, que decolavam no Brasil ainda engatinhavam nas terras baianas. A primeira emissora de TV a ser inaugurada na Bahia foi a Itapoan em 1960. A chegada da Itapoan foi fundamental para consolidação da cultura baiana, e de Salvador mais precisamente. Duas transmissões, 8 e 9 de dezembro de 1956, fizeram com que milhares de pessoas se aglomerassem na Praça da Sé para assistir a uma missa e um show com artistas da rádio sociedade, um sinal do sucesso que essa mídia faria.

O poder de influência que a televisão faz nas pessoas, pode ser sentido até mesmo em 60, quando comerciantes de Salvador resolveram protestar contra a telenovela "O Cara Suja", acusando-a de esvaziar o comércio. Mas, a televisão e as outras mídias existentes na época foram fundamentais para disseminação do pensamento cultural e para transmitir informações à população, mesmo que restrita a um seleto grupo.

A cultura e o jornalismo dos anos 60 estavam diretamente ligados aos movimentos que aconteciam na cidade, faziam dar vida ao jornalismo, a produção local era valorizada, até que estão tentando isso hoje em dia, a TV Itapoan modificou seu parque tecnológico no nordeste, contratou novos funcionários e está dando oportunidade para programas regionais serem exibidos em todo país, bom começo!

O que sentimos saudades na televisão baiana, e do Brasil também, são programas como os de antigamente: programas de auditório com inteligência; jornalismo em cima dos fatos e investigativos, não superficial; espaço para novelas, mas, não essas bobagens que vemos ultimamente, pois já convivemos com a violência diária não precisamos ter que vê-la personificada na TV.

O golpe militar de 64 foi responsável por grandes prejuízos para o país, e um deles foi ter quebrado com o movimento cultural da época, e ter deixado toda uma sociedade órfã de inteligência, sagacidade nas mídias baianas. Os intelectuais baianos foram obrigados a irem para o eixo Rio-São Paulo. A Bahia não acompanhou o progresso da comunicação e da televisão, depois da Itapoan só em 1969 a TV Aratu foi inaugurada, a Band em 74, já as TVs Bahia e Educadora foram inauguradas em 1985.

Se ligarmos a TV hoje para assistir um jornal, vamos ver as mesmas matérias, conteúdos parecidíssimos na maioria dos canais. Programas de auditório, entrevistas sem vida e emoção. O telespectador está ficando mais exigente, e a TV precisa acompanhar isso. Não quero ser contra aos programas populares, reconheço a importância deles, mas, precisamos fazê-los com qualidade, não é porque nossa população é carente que precisamos tratá-los como se fossem "burros", pelo contrário, a TV pode e precisa, às vezes, atuar como professora, ensinar, já que a Educação é um dos grandes problemas do país, quem teve a oportunidade de fazer uma faculdade deve fazer o seu papel social de informar, sem alienar, isso seria o ideal!

Confiram os próximos capítulos......

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

______________________________

ALÉM DOS MUROS, por Anderson Souza.



Um a um os tijolos são sobrepostos até que enfim o muro se dê por concluído. Mas, assim como Raul, quantos muros já não pulamos com os Zezinhos, Pedros, Alices, Marias, Ângelas, Pachecos, Lenas e tantos outros nos fundos dos quintais das escolas? Geralmente fugíamos das normas de uma educação manipuladora.

E por falar nos sistemas pedagógicos a que estamos submetidos desde nossa infância, lembro-me do Pink Floyd e começo a cantarolar “We don’t need no education. We don’t need no thought control. No dark sarcasm in the classroom. Teachers leave the kids alone. All in all you're just another brick in the wall”. (“Nós não precisamos de educação. Nós não precisamos de controle mental. Nada de sarcasmo negro na sala de aula. Professores, deixem as crianças em paz. No total, vocês são somente mais um tijolo no muro”).

Do muro das lamentações – parte do muro que cercava o templo de Herodes, na cidade velha de Jerusalém, considerado o lugar mais sagrado do judaísmo e onde os judeus rezaram e se lamentaram pela destruição de seu templo – aos muros de fuzilamento, onde muitos foram mortos pelas forças da repressão, censura e preconceito, podemos perceber fatos que marcaram a história mundial.

Nazismo, fascismo, ditadura militar e tantos outros sistemas de imposição que ainda se perpetuam, mesmo que camufladamente, também fazem parte dessa história. E muitos muros foram construídos para servir de alicerce ao autoritarismo e ao extermínio dos seus opositores.

Em 1961, na Alemanha, um muro foi construído de uma hora para outra dividindo o país em dois, Oriental e Ocidental. Assim, famílias foram separadas, vidas deixadas sem rumo e sem esperança, vítimas de picuinhas políticas. Mas, 28 anos depois, felizmente, pudemos ver a queda do muro de Berlim.

E a muralha da China, a maior construção humana que pode ser vista de fora do planeta. Seria isto motivo de orgulho? No Rio de Janeiro, traficantes também construíram sua muralha, claro que em proporção extremamente menor, mas a polícia não gostou nada disso e logo tratou de por todo muro a baixo. O que é isso seu polícia? Os meninos só queriam se proteger!

Mas, deixando de lado as gracinhas, a edificação de muros em nossa sociedade é crescente. Na busca de proteção, vivemos numa redoma de areia e pedras. Assim, assistimos a uma completa distorção social, onde nossa sensação de liberdade está associada a uma espécie de prisão domiciliar.

Em cima do muro! Para muitos é o melhor lugar que podem ficar. Visão privilegiada? Talvez! Mas a verdade é que esse ponto específico é o mais disputado por quem não tem opinião. Por não entender de determinados assuntos ou por não querer se assumir contra outras partes, pende descaradamente para o lado que no momento lhe for conveniente e oportuno. E Chico Science já cantava: “e você samba de que lado, de que lado você samba, de que lado você vai sambar?”.

Diversas são as representações dos muros em nossas vidas, concretas ou subjetivas. Muitas vezes barreiras internas são formadas e, sem controle, coíbem nossas ações. Na maioria das circunstâncias nos tornamos incapazes de reagir, com isto, nos submetemos à obediência e a acreditar que aqueles que ditam as ordens merecem nosso respeito e nossa submissão. Mas, diante de tudo isso, sugiro que um a um os tijolos sejam removidos, até que enfim todos os muros se dêem por demolidos.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

______________________________

O que é bom para o país ?, por Carlos Baqueiro



Antes de tudo precisamos definir o que seja um país.

No Aurélio país é um território habitado por uma coletividade, e que constitui uma realidade histórica e geográfica com designação própria. Ou de um ponto de vista jurídico, é o conjunto formado de povo e território.

Para mim, no fim das contas, país é um lugar onde vivem os homens, mulheres, crianças, brancos, negros, novos, velhos, pobres, ricos, etc... com todos os conflitos inerentes a toda complexidade derivada de sua própria formação.

Mas aqueles conflitos não são sempre visíveis, nem afloram a superfície, onde possamos observar com facilidade. Mas, com certeza, podemos encontrar aqueles conflitos prestando mais atenção ao que se diz na grande mídia.

Ontem, no Jornal Hoje, da Rede Globo, uma das matérias abordava os feriados que ocorrerão neste ano de 2008. Alguns deles, 7 de setembro, por exemplo, caem em fins de semana.

Entrevistando-se um casal de amigos, inicialmente, mostra-se como eles ficaram tristes com a informação. Em 2007 haviam viajado bastante com os feriados, e trabalhado menos, obviamente. E a partir daí começa-se a perceber a ideologia da notícia. O jornalista responsável pela matéria aparece e explica que a diminuição dos feriados pode não ser bom para aquele casal, mas vai ser bom para o país.

Um empresário confirma o que o jornalista já havia dito. E o jornalista, claro, vai mostrando com números de perdas de produção e de grana, o porque da desvantagem em se ter tantos feriados.

Então, para um país, é bom que o povo se desgrace trabalhando durante toda a vida, sem feriados, sem cafezinho, sem conversa, sem descanso... pois o que for bom para o país será bom para povo (o país não é formado pelo povo também ?)...

Conversa para boi dormir... jornalismozinho desavergonhado...

Cuidado com o que vê e com o que ouve nas TVs... e também nos jornais impressos e em toda essa tal de grande mídia... pois nunca se fez, nem se fará nunca, jornalismo neutro e objetivo.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

______________________________

JORNAIS & REVISTAS, por El Brujo



‘Correi..... correi...... é chegada a hora de’ conhecer – ou re-conhecer – na história da Revolução Russa (segundo decênio do século XX) a face da liberdade: ‘todo poder aos sovietes’.

Constata-se que essas organizações político-sindicais (sovietes) são criadas pelos próprios operários nos momentos mais críticos do processo político na construção de espaços coletivos de liberdade. Na Rússia, em 17, o slogan foi absorvido pelo discurso circunstancial de Lênin. Tentando-se, assim garantir o apoio político eleitoral dos operários e soldados ao seu Partido (minoritário à época) Bolchevique.

Lamentável que esta ‘face libertária’ tenha sido des-construída pela concentração do ‘fazer administrativo’ na caricatura ideológica do grande líder... Melhor dizendo o controle das ‘coisas’ e das ‘pessoas’ concentrado nas figuras carismáticas de Lênin (o político) e Trotsky (o militar). E que posteriormente se materializa absolutamente no grande ‘irmão/paizinho’ Stalin – que tudo sabe e tudo vê dos amigos e também, é claro, dos inimigos/opositores!!!

Mas nada é eterno e novos espaços políticos se conquistam.... Após a ‘abertura’ dos vários arquivos oficiais & secreto espalhados nos porões das Ditaduras Comunistas de Esquerda, tomamos conhecimento da concentração do poder político nas mãos dos marxistas/leninistas/trotskistas/stalinistas/maoístas/etc e a conseqüência direta que foi a estagnação (seja social, política e/ou econômica) da vida individual e coletiva.

Hoje afirmamos que – com uma ‘pequeníssima’ margem de erro –, o Capitalismo Estatal implantado pelos Partidos Marxistas veio de forma esplendorosa exercitar e garantir o seu poder de convencimento político na burocracia do Estado/Partido Bolchevique/Comitê Central ou na “bala assassina” dos ‘melhores’ militantes encastelados nos órgãos de repressão político-social.

Para finalizar este meu/seu/nosso re-encontro com a “face da liberdade”, segue como indicação de leitura o texto Rússia 1917: uma sociedade em transformação de NILDO VIANA, publicado na revista da editora ESCALA: SOCIOLOGIA – CIÊNCIA & VIDA – ano II, nº 14.

Ressaltamos que a leitura realizada pelo prof. Nildo Viana é de cunho sociológico, ultrapassando as questões cronológicas da historiografia oficial na sua análise sobre a efetiva ‘mudança social’ ocorrida na Revolução de Fevereiro de 1917 na Rússia czarista dos Ramanov e também no Golpe de Estado perpetrado pelo Partido Bolchevique Russo em Outubro de 1917 .

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

______________________________

O Discurso da Grande Imprensa



Em um trabalho sobre a Greve dos Petroleiros de 1995, que serviu de Monografia Final que fiz para o Curso de História Social da Universidade Católica do Salvador, um dos capítulos falava do Discurso da Grande Imprensa durante aquela greve.

Trouxe hoje aqui para o blog um trecho do capítulo. No próximo post anexo mais um pequeno trecho.

"Não é objetivo deste trabalho comprovar nenhuma 'teoria da conspiração', onde as elites dominantes criam e manipulam a mídia ao seu bel prazer contra as classes trabalhadoras.

Mas um trabalho que objetiva apresentar um discurso da mídia serve, no mínimo, para que possamos compreender certos aspectos que envolvem a natureza dos meios de comunicação de massa, particularmente a imprensa, como, por exemplo, sua influência sobre a população (incluindo aqui os próprios trabalhadores em greve), como formadora de opinião.

A existência daquelas mídias como mecanismo de difusão ideológica é esclarecida por Pierre Ansart:

'De fato, uma ideologia pouco sistemática será incessantemente difundida por esses grandes mediadores dos significantes políticos, ideologia conforme a estrutura da propriedade, incitando à conformidade com a ordem estabelecida e a ver a política como um espetáculo pouco sério'(1).

Aquela imprensa se encontra lado a lado

'daqueles estratos dominantes, cujos interesses encontram-se servidos por modelos ideológicos mais bem armados que os outros, [e que] geralmente dão-se ao luxo, na medida em que sua superioridade material lhes parece mais segura, de encorajar as inovações no campo da estética e da moda. Contudo, no fundo delas próprias, mostram-se atentas a se defender contra todas as mudanças menos superficiais que poderiam vir a colocar em questão os poderes e vantagens que detêm'(2).

É possível evidenciar as posições acima descritas, por parte de quem domina a sociedade que vivemos, a partir da compreensão do que fez a imprensa durante a greve dos petroleiros de 1995.

Ali podemos compreender como as contradições e embates estão, e muito, vivos ainda na nossa sociedade. E o quanto a mídia deixa de ser apenas um meio poderoso de criar e circular informação, e tende a tornar-se um poder transformador de reestruturação dos espaços de interação(3)".

[1] ANSART, Pierre. Ideologias, Conflitos e Poder. Zahar. RJ. 1978. Pg. 86/87.

[2] DUBY, Georges. História Social e Ideologias das Sociedades. In LE GOFF, Jacques (org.). História : Novos Problemas. Francisco Alves. RJ. 1979. Pg. 133.

[3] MEDRADO, Benedito. Textos em Cena: A Mídia como Prática Discursiva. In SPINK, Mary Jane (Org.). Práticas Discursivas e Produção de Sentidos no Cotidiano. Cortez. São Paulo. 2000. Pág 247.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

______________________________

Não esquecer o passado...



Vivemos em um período revolucionário. Bem mais que outros. As revoluções até agora pareciam ocorrer em décadas (econômicas), até séculos (mentais). As coisas agora mudam completamente em anos, e até meses. Algumas pesquisas que andam por aí em revistas científicas refutam hoje o que acreditavam a algumas edições atrás.

Estamos em um mundo complicado de se entender, e de sobreviver. O ser humano criou uma sociedade que parece estar a serviço de uma minoria. E é esta minoria que detêm hoje a matéria-prima fundamental à existência dentro desta sociedade: a informação. Nos Estados Unidos, em 1983, cinqüenta corporações controlavam 50% das empresas de comunicação do país, enquanto em 2004 o número de corporações controladoras do mesmo percentual de empresas se reduziu para apenas cinco, conforme encontrado no livro Blog: Entenda a Revolução, de Hugh Hewitt.

Mesmo dentro da Internet, os grandes portais abocanham a maior parte da audiência, enquanto o status de pobreza destitui boa parte da população do seu uso, como deduz Patrícia Diniz Santos, em seu artigo Mídia digital: dos princípios da liberdade à democracia ilusória:

"Como aconteceu com a televisão, progressivamente, o capitalismo se encarrega de excluir ou marginalizar os espaços que contrariem as normas comerciais. Através de portais, banners, ou sistemas de busca que direcionam as preferências. Essa é uma previsão que não pode ser descartada... A existência de sociedades democráticas não estará assegurada a partir do nascimento de nenhum meio, mas sim com o surgimento de conquistas coletivas e na distribuição igualitária dos conteúdos informacionais".

É pensando assim, e tentando retirar daquela minoria parte de seu poder, conseguido através da informação e do poder financeiro, que poderemos vislumbrar um mundo sem tantas diferenças econômicas e sociais.

Uma das possibilidades que temos para concretizar esta meta é através do reviver das histórias, normalmente esquecidas, de homens e mulheres que lutaram contra qualquer tipo de autoritarismo.

O professor Daniel James revela sua preocupação em preservar esse tipo de memória social “dos oprimidos”. Até como forma de impedir uma perda coletiva de memória e tradição em uma conjuntura de reestruturação econômica e política tão perversa. E como referência a isto nos fala de um importante movimento de bases populares na Argentina, ocorrido em 1969:

"... no ano passado na Argentina, um sindicalista disse-me que a maioria dos trabalhadores na sua empresa já não tinha a mais vaga idéia sobre o que o Cordobazo , tinha realmente sido. O Cordobazo havia se tornado um nome, uma forma vazia de conteúdo. A necessidade de fazer frente a essa sorte de amnésia parece evidente".

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

______________________________

Becos sem Saída...



Em toda sociedade onde o poder se mantêm nas mãos de poucos, sendo usado para manipular a vida de todos, é interessante que haja uma resistência a este monopólio de autoridade também por meio da palavra escrita, de uma imprensa alternativa que defenda a igualdade social e as liberdades individuais.
.
Mostrando que uma visão crítica do mundo não serve de nada se nos leva a um beco sem saída, Ignacio Ramonet, já citado em um dos posts deste blog, participando do 5º Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, em 2005, afirmou, em entrevista a João Alexandre Peschanski, que:
.
"Tudo está indicando que outro tipo de comunicação é possível, que responda mais às necessidades da população do que aos interesses das grandes empresas. Neste caso, poderia pensar-se em um meio de coletar toda essa informação que é produzida e disseminá-la de modo mais efetivo. Quando cada um trabalha por si, somos muitos fracos, é preciso que todos trabalhemos em conjunto".

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

______________________________

Nada Interessante...




As vêzes a gente vai ficando velho e se bate com uma crítica de alguém de menos idade:

- Ah, você está muito amargo...

Ummm... Mas não gosto desse adjetivo... prefiro, mesmo que se pareçam a mesma coisa, o termo sarcástico.

Acho que dizem isso porque pessoas mais velhas não se acostumam com as novidades. Isso desde o começo dos tempos.

A revista Super Interessante está cada dia mais caracterizada por esta coisa de novidade a cada segundo. Como se fosse necessário perceber-se o espírito de uma época e dar a ele o que ele deseja. Portanto, se estamos num período em que as pessoas jovens querem cores berrantes, entreguem-lhes cores berrantes... se querem infográficos explodindo loucamente sobre as páginas da revista, enfiem explosões de letras e imagens ali.

Mesmo sob o risco de que publicidade e reportagens comecem a se confundir. A Petrobras paga a revista para que ela faça sua publicidade, ou para que se faça uma reportagem sobre as técnicas de Primeiro Mundo que ela desenvolve ? Quando o Ministério das Minas e Energia faz uma ode ao combustível nuclear, isso é jornalismo científico ou propaganda de um produto ?

Não quero aqui ser um policial de palavras e idéias... correndo atrás de erros e acertos de revistas para jovens. Mas já faz algum tempo que não me sinto confortável em ler aquelas revistas. Os jovens de todo o país são tão iguais assim para que as revistas sejam tão parecidas ?

Aliás, fico com uma pulga atrás da orelha, imaginando se as revistas querem se adaptar aos jovens, ou se são elas que empurram os jovens para que se adaptem às suas idéias e às de seus editores e proprietários.

Não é possível, por exemplo, ficar satisfeito em ver apenas brancos numa revista brasileira. Mas é isso que se vê na mesma Super Interessante desse mês. Não, não... não é bem assim, há dois negros sim... Na propaganda (essa parece ser propaganda mesmo), em página dupla, da revista Veja (argh !!!), há dois negros em cartazes segurados por um claro futuro leitor da Veja (branquinho, limpinho e com cara de inteligente). Os negros, ao contrário, são pobres... um sujo de dar dó, comendo em alguma barraca montada num desses cafundós dos judas. O outro comendo um macarrãozinho com carne de soja, provavelmente em alguma dessas escolas municipais de periferia, onde não se aprende nem a escrever (mas se aprende a ser disciplinado).

Na matéria principal (sobre a personalidade) são seis branquinhos, sorridentes, pulando ou fazendo cara de idiota. Mas são apenas seis brancos. Infelizmente, nem na propaganda (ou reportagem) da Negresco aparecem negros (tsc, tsc, tsc)...

Acho que por hoje já escrevi um bocado...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

____________________________

Piadinha Anarquista...



Um senhor anda pela rua quando alguém o para e diz:

- Todos os políticos foram sequestrados. O presidente, o vice, os deputados, senadores, governadores, prefeitos, etc. E o resgate é de R$ 50.000.000. Se o resgate não for pago, os sequestradores irão jogar gasolina e atear fogo neles. Nós estamos arrecadando contribuições. Você gostaria de participar ?

O senhor pergunta:

- Na média quanto o pessoal está doando ?

- Em torno de 5 a 10 litros...

(Esta piada foi transcrita do jornal Pétala Negra, da Rede Libertária da Baixada Santista, de Setembro de 2003)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

_____________________________

Por Uma Outra Comunicação



"A cultura mundial americana - a cultura McWorld - é menos hostil que indiferente à democracia: seu objetivo é uma sociedade universal de consumo que não seria composta nem por tribos nem por cidadãos, todos maus clientes potenciais, mas somente por essa nova raça de homens e mulheres que são os consumidores.

A nova cultura globalizante expulsa do jogo não apenas aqueles que a criticam de um ponto de vista reacionário, mas igualmente os seus concorrentes democráticos, que sonham com uma sociedade civil internacional conctituída de cidadãos livres oriundos das mais variadas culturas.

Os colonizadores e as culturas locais - porque desejam minimizar o grau de servidão - assim como os colonozadores e os mercados mundiais - porque desejam relativizar o grau de sua hegemonia - conspiram na ilusão da reciprocidade.

Nesta reciprocidade, porém, o verdadeiro poder situa-se de um só lado, como quando a jibóia engole o sapo. Tal qual a jibóia, McWord fantasia-se um instante com as cores das culturas que ingurgita: a pop music, enriquecida pelos ritmos latinos e pelo reggae nos bairros de Los Angeles; os Big Mac, servidos com cerveja francesa em Paris, ou fabricados com carne búlgara na Europa do Leste...


Mas, no final das contas, MTV, McDonald´s e Disney são antes de tudo ícones da cultura americana, cavalos de Tróia dos Estados Unidos imiscuindo-se nas culturas das outras nações".

Benjamin R. Barber, trecho encontrado em Cultura McWorld, no livro Por uma Outra Comunicação, Editora Record.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

______________________________

Enfim, 2008 !!!



Como já havíamos dito no ano passado, aqui estamos neste previsível 2008.

Como reforçam aqueles que comentaram neste blog, o nosso intuito aqui é resistir. Resistir ao rolo compressor de uma mídia cada dia mais comprometida com poucas pessoas. Com os endinheirados, aqueles a quem alguns chamam de elite, e outros de poderosos.

Mas somos a mosca no prato deles. Ou, pelo menos, queremos ser. E, por isso, vamos aqui neste espaço nos apropriar de palavras faladas e escritas por gente que durante a história da humanidade resolveu também ser a mosca do prato de alguém.
.
Hoje pegamos Henry Thoreau (1817-1862):

"Aceito com entusiasmo o lema - 'O melhor governo é o que menos governa; e gostaria que ele fosse aplicado mais rápida e sistematicamente. Levado às últimas consequências, esse lema significa o seguinte, no que também creio - 'O melhor governo é o que não governa de modo algum'; e, quando os homens estiverem preparados, este será o tipo de governo que terão".

Vamos seguindo em frente.

Arquivo do blog

Informações sobre o Blog