por el_brujo
"É próprio da história dos assuntos humanos que todo ato,
uma vez executado e inscrito nos anais da humanidade,
continue sendo uma possibilidade muito depois
de sua atualidade ter passado a fazer parte da história.
Jamais houve castigo com suficiente poder de dissuasão
para impedir que se cometam delitos."
Hannah Arendt (1999)
Nem bem acabou uma, e já se tem outra, como uma ameaça real, engatilhada e apontada para as nossas cabeças....
Mais estórinhas melodramáticas envolvendo famílias, amores, rejeições, escolhas, traições etc. E tudo isso é apresentado como encontro e desencontros de eternos relacionamentos mal resolvidos, pois discutir relação não é solução para nenhum interregno amoroso. Regando diariamente, isso tudo para segurar por longos 124 dias, as cabeças e olhinhos ávidos pelo saber (muitos choros, velas e dores veladas ), que diante da caixa mágico sonha com as mil e uma novas ilusões marketing_ianas produzidas para entrega imediata.
Muita calma, queridos corações. Pois, mais que de repente, como do nada, surge uma luz vinda de algum manual de teledramaturgia, que alumia os caminhos e se encontra uma solução geral e final para todos os problemas aflitivos que foram desenrolados durante tantos dias. Isto tudo num pisca de olhos, digo num único dia com muitos beijos, abraços, olhos nos olhos, corridas na praia e com vários casamentos do tipo final feliz para sempre, amém e aleluia!
Um pequeno parêntese se faz necessário, pois veja que uma instituição moribunda (o casamento), e sem nenhuma utilidade prática, agora serve de parâmetro para os relacionamentos ditos não-conformes: Gay, Lésbicas, Simpatizantes e os Tri já podem casar com trajes típicos – véu com grinalda, fraque com florzinha na lapela etc, – na Santa Igreja Renovada da ‘Globo’ (pobre do patriarca Marinho, pai-fundador do clã dos plim_plins!) e outras espalhadas pelos shopping no quatro cantos do mundo.
E serem, pois, felizes para todo o sempre e no mundinho do consumo fácil de quinquilharias multicoloridas realizarem suas maiores aspirações de compreensão e respeito que esta sociedade patriarcal lhes deve há muito tempo.
É o paraíso celestial em terras brasilis, vislumbrado por todos os ideólogos reformadores europeus, desde o século XVI. Thomas More, que o diga!!!!
Um comentário:
Hahahaha
sou gay, e ainda não sei se quero casar, muito menos em como será esse "casamento".
Mas eu gostei desse blog.
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