quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

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Por Uma Outra Comunicação



"A cultura mundial americana - a cultura McWorld - é menos hostil que indiferente à democracia: seu objetivo é uma sociedade universal de consumo que não seria composta nem por tribos nem por cidadãos, todos maus clientes potenciais, mas somente por essa nova raça de homens e mulheres que são os consumidores.

A nova cultura globalizante expulsa do jogo não apenas aqueles que a criticam de um ponto de vista reacionário, mas igualmente os seus concorrentes democráticos, que sonham com uma sociedade civil internacional conctituída de cidadãos livres oriundos das mais variadas culturas.

Os colonizadores e as culturas locais - porque desejam minimizar o grau de servidão - assim como os colonozadores e os mercados mundiais - porque desejam relativizar o grau de sua hegemonia - conspiram na ilusão da reciprocidade.

Nesta reciprocidade, porém, o verdadeiro poder situa-se de um só lado, como quando a jibóia engole o sapo. Tal qual a jibóia, McWord fantasia-se um instante com as cores das culturas que ingurgita: a pop music, enriquecida pelos ritmos latinos e pelo reggae nos bairros de Los Angeles; os Big Mac, servidos com cerveja francesa em Paris, ou fabricados com carne búlgara na Europa do Leste...


Mas, no final das contas, MTV, McDonald´s e Disney são antes de tudo ícones da cultura americana, cavalos de Tróia dos Estados Unidos imiscuindo-se nas culturas das outras nações".

Benjamin R. Barber, trecho encontrado em Cultura McWorld, no livro Por uma Outra Comunicação, Editora Record.

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